Update

Os ativos de risco tiveram performance mista nesta terça-feira. Destaque para a queda no preço do petróleo, ainda seguindo os ruídos em torno da reunião da OPEP. As bolsas dos países desenvolvidos apresentaram desempenho positivo.

No Brasil, o dia foi de bom desempenho do mercado local de juros, seguindo números animadores na coleta diária de preços. O mercado local de renda variável passou o dia pressionado pela queda do setor de commodities.

Os dados de emprego outubro mostraram a manutenção de uma tendência de deterioração do mercado de trabalho, com alta na taxa de desemprego dessazonalizada e claros sinais de pressão no rendimento médio real. Ainda não há nenhuma evidência de estabilização, quiçá recuperação do mercado de trabalho. Mantenho uma visão de que a deterioração do mercado de trabalho ainda deverá durar, pelo menos, 6 meses, o que deverá favorecer o recuo da inflação nos próximos meses, especialmente daqueles setores mais dependentes da renda.

A votação da PEC do Teto de Gastos está agenda para esta noite, sem alteração no calendário original. Já se espera o encaminhamento da Reforma da Previdência para os próximos dias.

Nos EUA o PIB do 3Q foi revisado de 2,9% para 3,2%, acima das expectativas do mercado (3%). O Consumer Confidence subiu de 100,8 para 107,1 pontos, muito acima das expectativas de 101,5 pontos. A abertura também foi qualitativamente positiva, com melhora nos indicadores de emprego. A recuperação dos indicadores de confiança se deve as expectativas de uma política econômica voltada para menos impostos e estímulos ao crescimento sinalizada por Donald Trump.

Continuo com visão positiva com o cenário para Brasil, mas ainda cautelosa com o cenário externo. Acredito que o processo de recuperação econômica do país será lento, tortuoso e pontuado por “crises” e/ou “ruídos” temporários. No cenário externo, passado o ímpeto inicial da vitória de Trump, o mercado volta suas atenções para o Referendo na Itália.


Minha visão em relação aos ativos de risco segue inalterada. Em suma, continuo gostando estruturalmente de posições aplicadas em juros no Brasil, mas promovemos algumas alterações no portfólio nos últimos dias. Já não temos mais posições em NTNB, devido ao cenário mais benigno para a inflação de curto-prazo, e uma inflação implícita que se elevou consideravelmente nas últimas semanas. Além disso, para tentar nos distanciar do “game” do próximo Copom, alongamos um pouco a posição aplicada em juros nominais. Acredito que posições em BRL devem ser relativas a outras moedas, e mais táticas do que estruturais. Estamos taticamente comprados em BRL. Ainda gostamos de posições compradas em dólar contra G10 e continuamos esperando um momento mais oportuno para alocar risco na direção de taxas de juros mais elevadas nos EUA.

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