Consolidação.

Até o momento, o dia está sendo de consolidação para os ativos de risco, mas alguns movimentos merecem destaque:

- O bom desempenho dos ativos brasileiros, com flattening da curva de juros, em parte ancorada por um valuation atrativo da parte curta e intermediária da curva. Mesmo com nossa análise mostrando que os fundos locais voltaram para parte de suas posições otimistas com Brasil, movimentos de deterioração, especialmente no mercado de juros, estão sendo encorpados por fluxos de alocação nos mercados locais;
- O dólar no mundo, assim como as taxas de juros nos EUA, não conseguem apresentar movimentos mais acentuados ou prolongados realização de lucros (ou seja, de queda do dólar e fechamento de taxas de juros), o que apenas reforça a visão de que os movimentos recentes (dólar forte e abertura de taxas de juros), a despeito de consolidações pontuais, podem ser tendências um pouco mais prolongadas;
- As bolsas norte americanas continuam próximas aos picos históricos, favorecidas por uma grande rotação ente setores e na esperança de um crescimento mais robusto nos EUA.
- O petróleo vem operando com volatilidade elevada, a espera de algum sinal mais concreto da OPEP.

Minha visão em relação aos ativos de risco segue inalterada. Em suma, continuo gostando estruturalmente de posições aplicadas em juros no Brasil (nominal e real), mas concentrado, neste momento, na parte curta e intermediária da curva. Gosto da assimetria das IDIs para um corte de juros de 50bps no próximo Copom para compor o portfólio. Acredito que posições em BRL devem ser relativas a outras moedas, e mais táticas do que estruturais. Não tenho visão direcional na bolsa local. Ainda gosto de posições compradas em dólar contra G10 e continuo esperando um momento mais oportuno para alocar risco na direção de taxas de juros mais elevadas nos EUA, postura essa que tem se mostrado bastante dolorosa.

Brasil – As contas externas de outubro, divulgadas hoje, mostraram a manutenção de uma tendência confortável para o financiamento do nosso balanço de pagamentos. Destaque para a continuidade do movimento de venda de ativos de renda fixa na conta-capital, mais do que compensado por um robusto FDI. A situação das contas externas locais dá conforto para garantir que estamos longe de uma crise local mais aguda, mas não impedi movimentos de depreciação puxados por uma tendência global.

Amanhã, teremos a divulgação do IPCA-15. A análise da inflação de serviços será determinante para a próxima reunião do Copom. Caso a inflação subjacentes, dessazonalizada apresente recuou expressivo, acredito que a probabilidade de uma queda de 50bps no próximos Copom deveria ser precificada a níveis superiores a 50%.


EUA – O Existing Home Sales apresentou alta de 2% em outubro, acima das expectativas, e atingindo o maior patamar desde começo de 2007. A economia dos EUA continua saudável, com crescimento relativamente estável em torno de 2,5%, mas com algum risco altista para este final de ano.

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