Brasil: Processo claro, óbvio, evidente e acentuado de desaceleração da inflação.
Como
eu suspeitava pela manhã (Com um dia de “early
close” nos mercados de bonds dos EUA, a liquidez de hoje será prejudicada, e só
retornará com força total na segunda-feira. A iliquidez pode vir a acentuar
movimentos de curto-prazo nos ativos de risco.), a quarta-feira foi de
elevada volatilidade para os ativos de risco.
Após
a divulgação de dados econômicos considerados robustos pelo mercado (Jobless
Claims e Durable Goods Orders) teve início um forte movimento de abertura de
taxa de juros nos EUA. O dólar se fortaleceu, as commodities iniciaram um
processo de forte pressão, e as bolsas apresentaram quedas repentinas. O movimento
só foi revertido após um forte leilão de Treasuries de 7 anos. O dia está se encerrando
com a manutenção da maior parte desses movimentos, mas em magnitudes muito
menores do que as verificadas ao longo do dia.
O
destaque do dia ficou por conta da divulgação do IPCA-15 no Brasil. O
número ficou levemente abaixo das expectativas do mercado. A despeito de
esperadas elevações em alguns núcleos e no índice de difusão, vimos avanços
concretos e otimistas no processo de desinflação do país.
Não
quero entrar nos detalhes do indicador, que vi como bastante positivo, e nem na
discussão do que o BCB deveria (ou irá) fazer na próxima reunião. Gostaria
apenas de afirmar que estamos no meio de um processo claro, óbvio, evidente e
acentuado de desaceleração da inflação. Isso, sem dúvida alguma, levará o país a
juros mais baixos no futuro não muito distante. Ainda vejo a parte curta e
intermediaria da curva local de juros como excelentes investimentos de curto e
longo-prazo. A curva longa também apresenta prêmios relevantes, mas ficará mais
susceptível ao movimento de abertura de juros nos EUA e no resto do mundo
desenvolvido.
No
tocante os números econômicos divulgados hoje, vimos novos sinais de robustez
da economia dos EUA (Durable Goods, Jobless Claims, Markit PMI, Michigan
Confidence), assim como sinais mais positivos na Europa (Flash PMIs). Não é por
acaso que o tema de “Reflation”
continua em voga.
Mantenho minha visão de que há espaço para diferenciação entre classes
de ativos, países e regiões no desempenho dos mercados. Contudo, mesmo com uma
posição técnica aparentemente “esticada”, o mercado de juros nos EUA não
consegue apresentar movimentos relevantes de fechamento de taxas, e nem mesmo o
dólar consegue apresentar rodadas mais sustentáveis de queda. Assim, movimentos
adicionais, rápidos e acentuados, de abertura de taxas de juros nos EUA ainda
são um risco para os ativos de risco. Continuo vendo uma tendência estrutural
de fortalecimento do dólar no mundo, sustentando por uma abertura gradual de
taxas de juros nos EUA.
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