FOMC, Payroll e Eleições EUA.
A quarta-feira foi novamente de
aversão a risco, sem novidades relevantes no cenário. A eleição para presidente
dos EUA continua a ser o grande obstáculo para o bom desempenho dos ativos de
risco, mas o Fed era um risco (de probabilidade baixa), assim como os dados de
emprego nos EUA agendados para essa sexta-feira.
Nos EUA, o Fed manteve sua política monetária estável, como era
amplamente esperado. Se, por um lado, não se comprometeu com uma alta de juros
na reunião do FOMC de dezembro, por outro lado, promoveu mudanças cosméticas em
seu comunicado, especialmente no tocante a inflação, que mantém como cenário
base uma alta de 25bps na próxima reunião (salvo algum evento inesperado, que
leve a um aperto das condições financeiras, ou uma reversão completa dos dados econômicos
recentes, em direção a uma desaceleração da economia).
Ainda nos EUA, o ADP Employment –
último indicador antecedente para o Payroll - apresentou alta de 147 mil postos
de trabalho, abaixo das expectativas de 165 mil. O número sofreu mudanças
estatísticas, que revisaram fortemente os números anteriores. Contudo, a nova
metodologia reduziu em cerca de 45 mil para 25 mil o “erro médio” em relação a
divulgação oficial do Payroll.
Os mercados financeiros globais
entraram novembro com 3 grandes obstáculos a serem superados em menos de 10
dias: O FOMC, os dados de emprego nos EUA e as eleições para presidente dos
EUA.
O primeiro vetor já foi superado,
já que o Fed trouxe poucas surpresas. A alta de juros provavelmente
prosseguirá, assim que possível, mas o ritmo de elevação dos Fed Funds deverá
ser gradual e bem conduzido. Qualquer sinal de desconforto do mercado deverá
ser repercutido nas decisões do Fed. O risco continua a ser um cenário de
aceleração da inflação, com o mercado precificando menos de 25bps de alta de juros
em 2017 e 2018. Entretando, este me parece ser um problema para o ano que vem.
O segundo obstáculo fica por
conta dos dados de emprego na sexta-feira. Grosso modo, vejo 3 situações
possíveis:
- Goldilocks: Um Payroll em torno
de 100 a 150 mil, sem sinais de pressões inflacionárias;
- Risk-off: Um Payroll abaixo de
100mil, com pressões inflacionárias nos números de salários;
- Risk-off: Um Payroll acima de
200 mil, com pressões inflacionárias.
Os ativos de risco devem
permanecer instáveis até as eleições, mas um conjunto de números positivos pode
tirar alguma pressão dos ativos de risco.
Finalmente, teremos as eleições
na semana que vem. Aqui, o cenário é claramente binário. Os investidores já vêm
ajustando suas posições para a probabilidade de uma potencial vitória de Trump,
devido a redução da diferença de ambos nas pesquisas recentes.
Em suma, os próximos dias nos
reservam bastante volatilidade, instabilidade, sem muitas tendências definidas.
As movimentações recentes podem oferecer grandes oportunidades de
investimentos/alocações para o final do ano.
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