Update
Os
jornais deste domingo estão confirmando que haverá uma ação conjunta entre
Temer, Maia e Renan com intuito de acalmar o mercado em relação a possível “anistia
ao caixa 2” ou, em outras palavras, devem sinalizar que irão trabalhar para que
o projeto não vá para a frente.
Há ainda
matérias que falam em medidas para estimular o crescimento, não nos moldes
adotados pelos antigos governos, e comprovadamente mal sucedidos, mas medidas
que visem dar alguma sustentação à economia. O governo acredita que um corte de
50bps na taxa Selic seria importante, mas não vê espaço para esta medida na
reunião do Copom desta semana, segundo o artigo da Folha.
Os
jornais estão reportando que o ex-Ministro da Cultura teria, sim, gravado
conversas com o presidente e outros ministros, mas sem comprovação e ou teor
das gravações.
Vale
lembrar que o Congresso, no final da semana passada, reforçou a mensagem de que
a votação do Teto dos Gastos deverá ocorrer ainda esta semana, em primeiro
turno, no Senado.
Os
eventos da semana passada foram sem dúvidas negativos para a imagem do governo
Temer, mas me parece que caminham para uma solução. Ainda acredito que o
episódio envolvendo os dois ministros tomou uma proporção exagerada, primeiro
devido a demora de reação de Temer e, segundo, pelo sensacionalismo da mídia.
As ações recentes do governo parecem dirimir um pouco o mal estar causado pelo
episódio.
De
maneira geral, exceto por este ruído pontual, acredito que não tenha havido
mudanças substanciais de cenário local nos últimos dias. Minha visão será
alterada caso a agenda do Congresso sofra alterações, ou o ruído da semana
passada ganhe novas dimensões, o que não é meu cenário central.
Volta a
afirmar que ruídos envolvendo a classe política existem, sempre existiram, e irão
continuar nos atormentando ao longo de todo este governo, especialmente enquanto
a Operação Lava-Jato estiver operante. Só precisamos estar atentos ao que
realmente irá alterar a dinâmica das reformas, e o que é apenas um ruído
pontual.
Eu percebo que houve uma mudança substancial de humor entre
os investidores locais, com muitos se tornando mais negativos com o cenário
político e com o cenário econômico, devido às perspectivas mais negativas de
crescimento. Eu divido está angústia, pois não podemos ignorar os últimos
acontecimentos. Contudo, vejo está mudança de humor como um pouco exagerada, e
o que pode ter ajudado a melhorar a posição técnica dos ativos locais. Além
disso, acredito que o investidor estrangeiro é um pouco mais pragmático, e está
com os olhos voltados para a aprovação das reformas econômicas, e menos focados
em ruídos aparentemente pontuais. Enquanto a agenda for mantida, acredito que
deverá haver espaço para investimentos no país.
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