Mercados Globais - EUA: Estabilização da vantagem de Hillary nas pesquisas.
A semana
será totalmente focada nas eleições para presidente dos EUA. Após isso,
poderemos voltar a discutir cenário, como os sinais mais animadores de
crescimento global; a alta gradual da inflação no mundo desenvolvido; a
eventual menor dependência da política monetária; uma mudança de postura para
uma política fiscal mais proativa; entre outros temas e seus impactos para os
ativos de risco, mas sem perder de vista alguns riscos binários, como o
Referendo a ser realizado na Itália.
Com a
entrada do horário de verão nos EUA, agora estamos a 3 horas de diferença do
horário de NY, o que pode deixar os ativos mais ilíquidos até as 12h00-12h30 do
horário local.
O final
de semana foi de poucas novidades, com o “sprint” final da corrida presidencial
americana dominando as manchetes dos jornais locais e externos. O destaque ficou por conta de algumas
pesquisas mostrando estabilização da tendência de piora de Hillary Clinton (ou
de melhora de Trump). Uma pesquisa do WSJ mostrou Hillary cerca de 4pts a
frente de Trump, enquanto com um artigo no NY Times afirma que a votação antecipada
mostra uma tendência favorável a Hillary entre os “hispânicos”. Vejam abaixo os
links das matérias, com a última atualização de Nate Silver, em que seu
tracking mostra sinais marginais de estabilização da diferença entre os dois
canditados:
http://www.wsj.com/articles/hillary-clinton-leads-donald-trump-by-4-points-in-latest-poll-1478440818
No
Brasil, parece que estamos em um período de vácuo de notícias locais. A PEC do
Teto do Gasto avança e, em breve, deverá ser aprovada pelo Senado. O Governo
espera esta tramitação para dar seguimento à proposta de Reforma da
Previdência. Tudo indica que este debate será um pouco mais duro e demorado do
que a PEC do Teto de Gastos, mas é um risco que o governo resolveu tomar.
O Banco
Central vem mantendo sua sinalização cautelosa em torno do processo de corte de
juros. Ainda há esperança de uma aceleração do processo de corte da taxa Selic,
mas os “astros precisarão estar alinhados” até o próximo Copom. De qualquer
maneira, a curva já embute queda em torno de 30bps nas próximas 2 reuniões o
que, na minha visão, embute uma assimetria positiva na curva.
Alguns
mais otimistas apontam para a possibilidade de uma mudança de rating ou de outlook para o país por alguma casa de classificação de risco, como
já ocorreu na Turquia, por exemplo. Este seria um passo importante para
consolidar a posição menos negativa do país perante a comunidade internacioanl.
A mídia
continua temendo a delação premiada da Odebrecht, que deverá ser assinada até o
final deste mês. Eu concordo que a Lava-Jato ainda é um grande risco aos
mercados locais, mas vale lembrar que o STF tem sido muito mais lento no
julgamento de seus casos, até mesmo por problemas operacionais de falta de mão
de obra, do que o juiz Sergio Moro. Ou seja, a classe política será sem dúvida
atingida, mas o governo parece ter habilidade e tempo para dar continuidade a
seu programa de reformas econômicas. O cenário político para 2018, um problema
para o primeiro semestre de 2018 que poderá ser profundamente afetado. Isso não
significa que não teremos momentos de maior volatilidade e incerteza.
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