Posição Técnica.
O
dia foi de acomodação e flattening da
curva de juros nos EUA, com movimentos mistos no dólar ao redor do mundo e
queda nas bolsas e nas commodities.
Brasil – A pesquisa mensal de serviços
ficou abaixo do esperado, reforçando nossa visão de que o PIB deste final de ano
e de 2017 ainda aponta na direção de uma recuperação extremamente gradual, com
riscos para baixo. Mantemos nossa expectativa de PIB em torno de 0,7% em 2017.
Não vemos, neste momento, nenhum pilar muito claro para uma aceleração da
atividade econômica local. Segundo nossa área econômica:
>> O segmento de
serviços veio aquém do esperado (-4,9%a/a vs. BBG: -4,6%a/a), reforçando uma
queda do PIB no terceiro trimestre ao redor de 1% (após ajuste sazonal), pior
do que foi no segundo trimestre (-0,6% t/t dessaz); Na média móvel trimestral,
o segmento de serviços contraiu 4,2%!; A componente atual da confiança de
serviços sugere a continuidade da fraqueza no setor de serviços, assim como o
mercado de trabalho indica.
As coletas de inflação continuam mostrando um quadro de
arrefecimento de preços. Na mesma linha, os índices contemporâneos para o IPCA
apontam na mesma direção, como um IPC-S apresentando alta de 0,35% na última
semana, e o IGP-10 subindo 0,06% em novembro.
Em uma entrevista para a imprensa estrangeira o Presidente do
BCB manteve o mesmo tom do discurso dos documentos oficiais recentes. Ele
procurou dar conforto ao mercado, mostrando que o BCB tem os instrumentos e a
disposição para atuar com o intuito de reduzir a volatilidade nos mercados
locais. Além disso, sinalizou que não vê necessidade de alterar a mensagem em
relação a política monetária dos documentos oficiais.
Acho sempre válido lembrar, mesmo no meio de um movimento
acentuado de zeragem de posições, que o IPCA está vindo abaixo das expectativas
do mercado e do BCB, a inflação de serviços voltou a arrefecer, as expectativas
Focus para 2016 e 20017 seguem em processo gradual de queda, a atividade
econômica está surpreendendo negativamente, e o ajuste fiscal caminha como
planejado. O único vetor na direção contrária ao ciclo de queda da taxa Selic
fica por conta da depreciação cambial. Ainda vejo espaço para a continuidade de
um processo estrutural de queda de juros no Brasil. O mercado embute hoje uma
queda de 25bps no próximo Copom, e em torno de 100bps de queda nas próximas 4
reuniões do Copom. Vejo esses preços como extremamente assimétricos. Apenas
rodadas adicionais de zeragem de posições que me assustam no curto-prazo, mas
não deixam de tornar a parte curta da curva de juros atrativa.
EUA – O PPI e seus núcleos
ficaram abaixo das expectativas em outubro, mostrando um cenário de inflação
ainda contida no país, sem pressões inflacionárias muito evidentes. Nos parece claro que o piso da inflação nos
EUA parece já ter ocorrido, mas nada indica que o cenário central de um
processo apenas gradual de alta nos preços deva ser alterado no curto-prazo.
Alguns indicadores técnicos mostram que o mercado possa ter
ficado excessivamente tomado em juros nos EUA no curto-prazo. Ainda vejo o
processo de abertura de taxas de juros nos EUA como estrutural, mas talvez um
tenha sido rápido e acentuado demais no curto-prazo.
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