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A noite foi de poucas novidades relevantes para o cenário, exceto por rumores de que o caso sobre a Fundação Clinton poderá levar a um indiciamento das pessoas envolvidas (segundo a Fox News). Assim, inicio a quinta-feira com exatamente o mesmo comentário de ontem:

Os ativos de risco estão mantendo o tom mais negativo que vem sendo regra ao longo desta semana, com os ativos mais sensíveis as eleições nos EUA apresentando desempenho pior do que a média. O S&P cai em torno de 0.2%, a Treasury voltou a fechar taxa, com o petróleo já abaixo de US$46, e o MXN depreciando mais 0.7%, novamente acima dos $19.5.

Acredito que Hillary ainda seja favorita para levar os 270 colégios eleitorais necessários para ser coroada presidente dos EUA. Acredito que o voto popular será apertado. Eu via uma assimetria neste sentido a menos de 10 dias das eleições. Todavia, a correção recente dos mercados financeiros globais levou a preços de ativos mais balanceados. Assim, acredito que rodadas adicionais de deterioração tenham que ser utilizadas para reduzir, e/ou rebalancear os hedges do portfólio, assim como aproveitar os níveis de preços para elevar alocação em ativos cujos fundamentos continuam favoráveis (gosto dos juros Brasil e um pouco de BRL).

Os mercados financeiros globais entraram novembro com 3 grandes obstáculos a serem superados em menos de 10 dias: O FOMC, os dados de emprego nos EUA e as eleições para presidente dos EUA.

O primeiro vetor já foi superado, já que o Fed trouxe poucas surpresas. A alta de juros provavelmente prosseguirá, assim que possível, mas o ritmo de elevação dos Fed Funds deverá ser gradual e bem conduzido. Qualquer sinal de desconforto do mercado deverá ser repercutido nas decisões do Fed. O risco continua a ser um cenário de aceleração da inflação, com o mercado precificando menos de 25bps de alta de juros em 2017 e 2018. Entretando, este me parece ser um problema para o ano que vem.

O segundo obstáculo fica por conta dos dados de emprego na sexta-feira. Grosso modo, vejo 3 situações possíveis:
- Goldilocks: Um Payroll em torno de 100 a 150 mil, sem sinais de pressões inflacionárias;
- Risk-off Clássico: Um Payroll abaixo de 100mil, com pressões inflacionárias nos números de salários;
- Risk-off puxados por elevação das taxas de juros nos EUA: Um Payroll acima de 200 mil, com pressões inflacionárias.
Os ativos de risco devem permanecer instáveis até as eleições, mas um conjunto de números positivos pode tirar alguma pressão dos ativos de risco.

Finalmente, teremos as eleições na semana que vem. Aqui, o cenário é claramente binário. Os investidores já vêm ajustando suas posições para a probabilidade de uma potencial vitória de Trump, devido a redução da diferença de ambos nas pesquisas recentes.

Em suma, os próximos dias nos reservam bastante volatilidade, instabilidade, sem muitas tendências definidas. As movimentações recentes podem oferecer grandes oportunidades de investimentos/alocações para o final do ano.



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