Markets stop panicking when central banks panic!
Os
ativos locais estão no meio de um grande movimento de stop e zeradas de posições. As cotas dos fundos locais de ontem,
como proxy para posição de mercado,
mostram muito bem isso.
O
cenário externo é certamente muito mais desafiador hoje do que há alguns meses
atrás, mas o cenário local é muito melhor hoje do que no passado recente, como
em 2013, por exemplo. O balanço de pagamentos é muito melhor, a inflação é
cadente, estamos no meio de um ciclo de queda da taxa Selic, o governo está
implementando um ajuste fiscal crível, entre outros.
O
BCB vinha adotando uma postura muito comedida frente a volatilidade e a perda
de referência e liquidez que o mercado estava demostrando. Agora a pouco,
contudo, resolver anunciar um swap cambial de US$1bi, e dar declarações mais
enfáticas que existe espaço para novas atuações. Acho que a decisão é acertada
(talvez um pouco atrasada) e deveria ajudar na dinâmica dos ativos locais.
Não
há dúvida que o cenário externo ainda irá ditar a dinâmica dos ativos locais,
mas o cenário local, a postura do BCB e aparente melhora no quadro técnico
podem vir a fazer diferença nos próximos dias.
Mantenho
a mesma visão que venho descrevendo neste fórum desde as eleições norte
americanas:
Espero mercados incertos, voláteis e sem tendências definidas, o
que requer postura mais dinâmica/tática e posições mais defensivas e menores,
pelos menos até termos uma melhor sensação de como será o governo Trump. Temas
mais específicos, como plays relativos no mercado de moedas, posições de
política monetária no mercado de juros e afins deverão ser privilegiadas neste
momento.
Assim, estamos sem posição
no mercado de BRL. Vamos optar por postura tática devido a dinâmica ainda ruim
e ao externo mais favorável ao dólar. Estamos com posição compradas em USD no
mundo, que foram elevadas após a vitória de Trump. Não temos posição na
Treasury, mas o viés continua tomador de taxa. Mantemos posições aplicadas na
parte curta de juros locais. A assimetria ainda nos parece bastante positiva.
Olhamos a dinâmica dos
mercados locais (e EM em geral) hoje com preocupação, mas acreditamos que parte
relevante do movimento se deve a posição técnica (stops pontuais) e a incerteza
gerada pelo evento Trump. Para uma melhora na dinâmica, vamos precisar de tempo
para o mercado digerir melhorar qual ser, de fato, a postura do novo presidente
americano e suas consequências. Ainda acredito que, mesmo em um ambiente um
pouco mais hostil para EM, há espaço para cortes de juros no Brasil. Assim,
estou optando por concentrar exposição nesta classe de ativos, na parte curta
da curva.
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