Reflation and US Election.
O destaque do dia ficou
por conta de mais um aumento da probabilidade de eleição de Donald Trump, com
as pesquisas apontando para uma redução da diferença entre os dois canditados.
Aliado a isso, continuamos a ver o desenvolvimento de um processo de “reflation”
no mundo desenvolvido.
Eu mantenho minha visão
que vem sendo descrita neste fórum nos últimos dias. Contudo, neste momento,
acredito que o mercado já tenha embutido alguma probabilidade maior de uma
vitória de Trump. Assim, reduzimos os hedges que havíamos aumentado no final da
semana passada, reduzimos a posição vendida em S&P e tomada na Treasury de
10yrs, além de elevar a posição aplicada em juros Brasil e comprada em BRL.
Ainda vejo o cenário base como sendo de um baixo crescimento
global, com flutuação em torno da tendência, mas sem riscos evidentes de
recessão. A inflação no mundo desenvolvido deverá subir gradualmente. A postura
dos principais bancos centrais do mundo deve continuar a ser de estimular o
crescimento global, mas com ajustes nos instrumentos e suas magnitudes.
Ainda vejo um movimento de consolidação/realização dos ativos de
risco no curto-prazo, mas um cenário estrutural ainda construtivo para aqueles
ativos que oferecem yields/carry atrativos, fundamentos saudáveis (ou em
vias de melhora) e posições técnicas favoráveis. Neste ambiente, os ativos
brasileiros ainda me parecem muito bem posicionados.
O cenário central é de movimentos graduais rumo a taxas de juros
mais “normais” no mundo desenvolvido. Neste ambiente, os ativos de risco
poderiam digerir de forma tranquila os movimentos, exceto por momentos pontuais
de maior stress, como o atual. O risco, por outro lado, seria o movimento de
abertura das curvas longas de juros se tornar mais rápido e acentuado, levando
a um movimento maior de risk-off dos ativos de risco.
Os ativos locais continuam seguindo o humor global a risco. Vejo
um movimento de (in)digestão do mercado de juros, que se ajusta para o que
ficou percebido como uma postura mais hawkish do BCB. O BRL vem seguindo
o humor global a risco nos últimos dias.
Estou aproveitando o movimento recente para adicionar posições
na parte intermediária da curva nominal e real de juros, além de algumas
opcionalidades para uma queda de 50bps na próxima reunião do Copom (essas
opções não como posição principal, mas como posições com assimetrias que me
parecem favoráveis).
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