Eleições EUA, Crescimento Brasil e FOMC.

Os ativos de risco estão mantendo o tom mais negativo que vem sendo regra ao longo desta semana, com os ativos mais sensíveis as eleições nos EUA apresentando desempenho pior do que a média. O S&P cai em torno de 0.3%, a Treasury voltou a fechar taxa, com o petróleo caindo 1.5%, já abaixo de US$46, e o MXN depreciando mais 0.75%, novamente acima dos $19.0.

Acredito que Hillary ainda seja favorita para levar os 270 colégios eleitorais necessários para ser coroada presidente dos EUA. Acredito que o voto popular será apertado. Eu via uma assimetria neste sentido a menos de duas semanas das eleições. Todavia, a correção recente dos ativos de risco levou a preços de ativos mais balanceados. Assim, acredito que rodadas adicionais de deterioração tenham que ser utilizadas para reduzir, e/ou rebalancear os hedges do portfólio, assim como aproveitar os níveis de preços para elevar alocação em ativos cujos fundamentos continuam favoráveis (gosto dos juros Brasil e um pouco de BRL).

Brasil – Ontem, a PIM de setembro ficou basicamente em linha com as expectativas, mostrando alguma estabilização do crescimento, mas em patamar extremamente baixo. A recuperação da economia promete ser lenta e gradual, ao contrário dos sinais de recuperação rápida e acentuada que vinham sendo emitidos pelos indicadores de confiança.

Este é o nosso cenário base, que começou a ficar mais “no dinheiro” depois dos últimos dados de atividade. Além disso, nas recentes reuniões entre o mercado e o BCB, este tema acabou virando foco central dos debates.

Ainda vemos um cenário de recuperação da economia, queda da inflação, contas externas tranquilas e ajuste fiscal. O pilar do crescimento, contudo, ainda terá que ser digerido ao longo do tempo. Esperamos um crescimento em torno de 1% para 2017 e em torno de 2,5% para 2018. Estes são números preliminares, que precisarão ser ajustados ao longo do tempo, mas ainda não vemos condições para um crescimento mais acelerado, como 2% em 2017 e 4% em 2018 como temos ouvido de alguns economistas.

FOMC – A reunião do FOMC será o destaque do dia, no final da tarde. Espero poucas novidades desta frente. O Fed deverá indicar que, na ausência de novidades relevantes, uma alta de 25bps é muito provável na reunião de dezembro. O mercado já embute cerca de 75% de chance de deste cenário na curva de juros curtos.


O grande risco de agora em diante, fica por conta da precificação do mercado em relação a 2017, em que a curva de juros embute menos de 25bps de alta de juros. Com o crescimento estável, o mercado de trabalho robusto e a inflação subindo gradualmente, caso o mercado seja obrigado a rever este cenário para, digamos, 2 ou 3 altas de 25bps em 2017, poderia causar um estrago nos ativos de risco. Por ora, este cenário ainda parece distante. Assim, este é um problema para o ano que vem.

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