Update

O price-action dos ativos locais e globais está confirmando um período de volatilidade elevada, porém sem grandes tendências. Por exemplo, o S&P vem mantendo o range de 2.000/2.100 pontos, o DXY vem se mantendo dentro da banda de 96.0/100.0...Até mesmo os ativos locais vem apresentando dinâmica semelhante, com o Jan17 permanecendo em um range mais extenso de 13% com 14%, e o Ibovespa em torno de 48.000 e 53.500 pontos (gráficos abaixo).

Brasil – Após abertura sobre forte pressão, seguindo um noticiário ruim no final de semana, os ativos locais apresentaram acentuada melhora ao longo do dia. Acredito haver duas teorias para esta melhora: (1) o preço dos ativos locais chegou a tal ponto, mais balanceado, e com a posição técnica favorável, que está começando a atrair investimentos para classe e/ou (2) o mercado está trabalhando com números fiscais de fevereiro, agendados para amanhã, melhores do que o imaginado anteriormente, com Levy e Cia. começando a entregar o ajuste prometido.

Como comentei na sexta-feira, um suspiro positivo para os mercados locais poderá ficar por conta dos dados fiscais de fevereiro, agendados para esta semana. Contudo, sem a aprovação do pacote fiscal proposto pela equipe econômica, e com as relações ainda estremecidas entre o governo e o PMDB, qualquer melhora deve ser vista como pontual e localizada, exceto por sinais mais consistente de melhora no humor político local, ou caso o cenário externo mostre uma melhora de humor no curto-prazo no tocante aos ativos emergentes.

A agenda do dia foi esvaziada, com destaque apenas para o IGP-M de março, que apresentou alta de 0.98% MoM e 3.16% YoY, basicamente dentro das expectativas do mercado.

Ainda vejo bastante valor na curva curta de juros local e olharia o câmbio como um hedge interessante para a posição. Contudo, correções, rápidas e acentuadas na moeda, devem ser verificadas ao longo do tempo, o que requer uma administração ativa do tamanho e instrumento do hedge a ser utilizado (futuro ou estruturas de opções).

Externo – Nos EUA, o Personal Income ficou levemente acima das expectativas em fevereiro, com o Personal Spending abaixo do esperado, e o Core PCE basicamente em linha. Assim, os dados divulgados hoje em nada alteram a visão de longo-prazo para a economia norte americana.

O dia foi marcado por forte alta das bolsas globais, a despeito da pressão nos preços das commodities, do USD forte e dos bonds relativamente estáveis.


O cenário de curto-prazo está provando que a tendência do USD segue inalterada, firme e inabalável. As correções tem se mostrado tímidas, curtas e pouco acentuadas, mas podem persistir por um tempo, o que é amplamente normal e esperado dentro dos ciclos econômicos. Neste ambiente, fazer o market timing de correções pontuais tem se mostrado inócuo. Assim, recomenda-se a manutenção de posições core compradas em USD, com eventuais aumentos e reduções em torno deste core position. Ainda vejo o patamar de 2.100 no S&P500 como um teto de curto-prazo. Não vejo motivos para correções mais acentuadas, o que deveria manter a bolsa americana em uma banda em torno de 2.000 e 2.100 pontos. Continuo vendo valor nos ativos da Europa, em especial nas bolsas e nos bonds. Vale citar aqui, contudo, que podemos ter ruídos de curto-prazo no tocante as negociações entre Grécia e seus credores, com um risco baixo de algum erro de “pilotagem” nas negociações, que acabem levando a saída do país da União Europeia. Este risco, contudo, é apenas um risco de cauda neste momento. O cenário negativo para as commodities continua inalterado, a despeito de correções pontuais como visto na semana passada. Nem mesmo a postura mais proativa do governo chinês no tocante a política monetária, fiscal e creditícia tem sido suficiente para alterar a dinâmica das commodities, como ocorria no passado recente.

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