Update

Com  a agenda do dia esvaziada, os ativos de risco tiveram um começo de semana onde puderam digerir os acontecimentos do final da semana passada e do final de semana.

No cenário externo, sem mudanças substanciais de cenário, o dia foi de acomodação das tendências recentes. Assim, o USD teve um dia de estabilidade. Os juros nos EUA apresentaram leve fechamento de taxas, o que acabou ajudando a dar suporte as bolsas norte americanas. O dia foi de pouca movimentação nos mercados europeus, exceto por novos ruídos provenientes das negociações entre a Grécia e seus credores, que acabaram colocando os ativos do país sobre pressão. Nos mercados emergentes, o risco do começo de um processo de alta de juros nos EUA continua afetando a dinâmica dos ativos da região que, liderados pelos eventos no Brasil, ainda operam sobre forte apreensão.

No Brasil, os ativos locais tiveram mais um dia de piora acentuada e generalizada, com as incertezas políticas ditando o rumo dos ativos brasileiros. Com o BRL apresentando depreciação adicional de 2%, o mercado de juros já precifica altas de 85bps+50bps+20bps nas próximas reuniões do Copom. Neste momento, me parece que estamos no “meio do furacão”, o que impede qualquer analise fundamentalista mais sólida. Assim, enquanto não observarmos uma estabilização do quadro político/econômico, o mercado poderá manter uma tendência de zeragem de posições e stops, onde a matemática dos fundamentos são de importância secundária.

Ao longo do dia, Eduardo Cunha optou por adotar um tom mais conciliador no tocante a necessidade dos ajustes econômicos no Brasil. A semana será de agenda cheia na pauta do Congresso, o que poderá ser determinante para a dinâmica de curto-prazo dos ativos locais. Na parte inferior deste e-mail, estou copiando um resumo da pauta política dos próximos dias.

Os desdobramentos políticos do final de semana foram extremamente negativos para o país. Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, agora será o líder da oposição no Congresso, o que deverá dificultar ainda mais a governabilidade do país ao longo deste ano. Os jornais do final de semana estão dando total atenção à crise política que se instalou no Brasil, e agora foi agravada pela divulgação dos nomes de políticos que serão investigados na primeira fase do “Petrolão”. Com os presidentes da Câmara e do Senado incluídos na lista, além do ex-ministro Antonio Palocci, um dos coordenadores da campanha presidencial de 2010, temos agora um novo e imprevisível vetor no âmbito político local. Acredito que a crise política tenha se agigantado diante dos desafios econômicos, tornando-se o maior obstáculo para uma estabilização da economia brasileira no curto-prazo. Entendo que alguns avanços econômicos estejam sendo atingidos neste inicio de segundo mandato, mas a incerteza política, neste momento, traz a possibilidade de desdobramentos imponderáveis ao país, o que deve manter os ativos locais sobre forte apreensão.

Agenda Congresso:

Imposto de Renda
» O veto de Dilma à correção de 6,5% na tabela do IR entra em votação no Congresso nesta quarta-feira. A tendência é de que seja derrubado, uma vez que os líderes consideram ser tarde para negociar os 4,5% sugeridos pelo Planalto. Será votado esta semana.

Salário mínimo
» Estará em votação esta semana na Câmara o projeto que traz a política de longo prazo de valorização do salário mínimo. O tema, de forte apelo popular, é uma janela aberta para desgastar o Poder Executivo.

Domésticas
» Entrou na pauta da Câmara a proposta de regulamentação da PEC das Domésticas.

Defensores Públicos
A proposta trata dos subsídios dos defensores públicos federais.

Outras propostas

DRU (Desvinculação de Receitas da União)
» Este ano cai a validade da Emenda Constitucional que permite ao governo desvincular receitas para pagamento de suas contas. A ideia do Poder Executivo é estender essa possibilidade até 2019, mas os congressistas tendem a aprovar por apenas mais um ano.

Fator previdenciário
» Os trabalhadores pedem há anos o fim do fator que serve para reduzir valores de aposentadorias e pensões. 

PEC 300
» Fixa os valores pagos no Distrito Federal como piso para policiais de todo o país.

Metas de investimentos
» Obrigatoriedade de investir mais em educação e saúde.

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