EUA: Dados de emprego em foco

Na expectativa dos dados de emprego nos EUA a serem divulgados hoje pela manhã, os ativos de risco operam próximos a estabilidade. O destaque fica apenas para mais um dia de depreciação do EUR que, após a decisão do ECB ontem, retornou a sua tendência de queda, testando e sustentando o patamar abaixo de 1.10.

Na agenda do dia, além dos dados de emprego nos EUA, teremos o IPCA de fevereiro no Brasil como foco de atenção.

Brasil – Os ativos locais tiveram ontem mais um a dia de forte pressão, em parte seguindo o movimento global do USD, mas, em grande parte, ainda refletindo um ambiente político de incerteza. No campo fiscal, não há nenhuma grande novidade e, a despeito dos obstáculos no Congresso para a aprovação do ajuste proposto pela equipe econômica, grande parte das medidas não necessita de aprovação do Congresso para entrar em vigor. Além disso, Levy, e a própria articulação política de Dilma, já sinalizaram que, caso as propostas encaminhadas ao Congresso não sejam aprovadas, medidas de compensação serão colocadas em prática, o que não coloca o superávit de 1.2% do PIB para este ano em risco. Contudo, o movimento de alta no USDBRL segue intacto, com a moeda atingindo patamar superior a 3.00, o que tem, visivelmente, afetado o mercado local de juros. Com uma depreciação rápida e acentuada da moeda, o mercado vê a necessidade de continuidade do ciclo de alta de juros no país, o que está colocando a curva com altas de 50bps+25bps+20bps+10bps nas próximas reuniões do Copom. A curva segue invertida, mas menos do que nas últimas semanas. Ainda vejo uma tendência global de fortalecimento do USD impedindo uma inrversão de tendência para a moeda brasileira. Contudo, vejo o movimento recente como exagerado e espero que a depreciação do BRL se torne menos intensa e mais ordenada nas próximas semanas. Caso este cenário seja confirmado, o BCB será capaz de, em algum momento das próximas 2 a 3 reuniões do Copom, reduzir a velocidade do ciclo de alta de juros e, eventualmente, encerra-lo, mesmo que temporariamente.

EUA – Para os dados de emprego hoje, acredito que um número acima de 185 mil vagas de trabalho criadas serão positivos e em linha com as expectativas, o que deveria manter as tendências recentes intactas. Um número muito mais robusto, superior a 280 mil, contudo, pode acabar sendo visto como negativo, afetando o humor global a risco, com uma forte abertura de taxas de juros nos EUA e acentuada alta do USD. Um número abaixo de 185 mil postos de trabalho criados, contudo, pode ser visto como abaixo das expectativas, ajudando um movimento de acomodação do USD e nova reprecificação baixista da curva de juros local, o que poderia dar suporte as bolsas e aos ativos EM.

Europa – A produção industrial de janeiro na Alemanha apresentou alta de 0.6% MoM, em linha com as expectativas. Contudo, a alta de dezembro foi revisada de 0.1% MoM para 1% MoM, confirmando um cenário de crescimento mais robusto para a região no final de 2014 e começo de 2015. NA Área do Euro, o PIB do 4Q de 2014 apresentou alta de 0.3% QoQ e 0.9% YoY, em linha com as expectativas. Após as expectativas de crescimento para 2015 terem girado em torno de 1% por vários meses consecutivos, o mercado, e o próprio ECB, já trabalham com um crescimento mais robusto, em torno de 1.5%, para este ano.

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