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A quarta-feira foi marcada por uma forte correção das bolsas norte americanas e europeias, que já vinha sendo formada desde ontem, mas sem motivos fundamentais aparentes [“O price-action dos ativos de risco na terça-feira, vis-à-vis as informações econômicas divulgadas ao longo dia, me dizem que os mercados podem estar diante de mais uma correção de curto-prazo dos ativos de risco. Com números de crescimento positivos nos EUA, e inflação levemente mais alta, o dia foi de fechamento de taxas de juros e queda nas bolsas norte americanas. Não vejo motivos fundamentais para correções maiores, mas argumentos técnicos/gráficos para uma pernada de correção dos ativos de risco (bolsas e fechamento de taxa de juros).”] O USD teve um dia misto, se apreciando contra algumas moedas emergentes (BRL, TRY, COP) mas com desempenho fraco contra o EUR e tranquilo contra G10 em geral.

No Brasil, chama a atenção o bom desempenho do mercado de juros, em um dia de forte depreciação do BRL. Como o Relatório de Inflação do BCB será divulgado amanhã, é razoável supor que o mercado já espere um documento sem grandes novidades, e tranquilo com o cenário de curto-prazo, como foi demonstrado por Tombini no Congresso. A alta do Ibovespa foi puxada pela Petrobras e pelas exportadoras [vide tabela abaixo].

No que diz respeito ao cenário econômico, os dados de crédito no Brasil não trouxeram informações novas relevantes, com a manutenção de uma tendência de arrefecimento nas concessões, mas sem sinais claros de piora na inadimplência. Nos EUA, o fraco Durable Goods Orders de fevereiro confirma um crescimento mais brando neste começo de ano, o que mantem um cenário onde não há pressa por parte do Fed em promover o começo de um processo de alta de juros.


Como comentei ontem, a parte curta da curva de juros de Brasil continua apresentando prêmio que merece atenção especial, talvez montada em conjunto com posições compradas em USD. No cenário externo, podemos ver o USD se consolidar durante um tempo. Não vejo espaço para quedas muito acentuadas, mas consolidação em torno dos atuais níveis. O mesmo vale para as taxas de juros nos EUA. O ambiente se torna, no curtíssimo-prazo, um pouco menos pressionado para renda fixa e câmbio nos países emergentes, com as commodities seguindo uma dinâmica de acomodação parecida com a do USD. As tendências de longo-prazo, contudo, não devem ser descaracterizadas. Ainda vejo espaço para buscar posições compradas em USD. Contudo, por hora, precisamos observar algum trigger de crescimento nos EUA, e/ou ajuste de preço e posições suficientes para que a dinâmica volte as favorecer a moeda americana. 

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