Brasil em Foco

Os últimos dias têm sido agitados do ponto de vista econômico e político no país. Na agenda da semana, destaque para a divulgação da lista de políticos citados nas delações premiadas dos investigados da Operação Lava-Jato. Muitos dos nomes envolvidos já foram ventilados na mídia. Existe uma chance não desprezível do ex-presidente Lula, da atual presidente Dilma, e de caciques do PT estarem envolvidos no esquema. Contudo, as investigações devem levar meses e a comprovação do envolvimento desses nomes está longe de ser uma certeza.


Na sexta-feira a noite, o BCB anunciou um pré cronograma de rolagem dos swaps cambiais para março. Se mantido o ritmo anunciado, podemos inferir que o programa de vendas adicionais de swaps não será estendido além de março. Acredito que parte desta postura já era esperada pelo mercado. Contudo, pode acabar fazendo algum preço no BRL no curto-prazo. De uma maneira geral, o “começo do fim” das intervenções no cambio deve ser bem recebida pelos investidorres, pois mostra disposição em promover os ajustes necessário no país, Neste quesito, o BRL parece ter permanecido, por um longo período de tempo, em patamar não condizente com seus fundamentos. A depreciação da moeda local será, em muito, direcionada pela direção do USD no mundo. No entanto, a direção ainda parece ser de enfraquecimento do BRL, mesmo que em um ritmo menos itenso do que nas últimas semanas.

No que tange o risco de racionamento, estamos observando uma recomposição relevante dos reservatórios da região sudeste. Além das chuvas que assolaram parte do país nas últimas semanas, os dados de consumo já mostram uma relevante queda da demanda nas últimas semanas (em torno de 7%). É provável que o aumento do custo de energia, assim como a atividade fraca, já esteja fazendo um “racionamento” implícito de energia. O risco de um racionamento mais intenso, assim, vem se reduzindo consideravelmente nos últimos dias.

Continuo vendo valor na curva local de juros, e mantenho a visão de que posições compradas em USDBRL via estruturas de opção, que visam reduzir o carregado, e se apropriar de uma volatilidade implícita alta, sejam a melhor maneira de navegar os desafios da economia brasileira no curto-prazo.

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