Update
Brasil – A despeito dos
sinais de maior disposição do governo em negociar com sua base aliada, os
ativos locais continuam não querendo dar o beneficio da dúvida a este governo,
com os ativos locais operando sobre forte pressão, especialmente vis-à-vis o
desempenho de seus pares. As manifestações populares agendadas para este
domingo, em um momento de baixíssima popularidade de Dilma, também estão
atuando como uma “espada” para o melhor desempenho dos mercados locais.
A Ata do Copom manteve basicamente a
mesma mensagem do documento anterior. O BCB não mostra-se desconfortável com a
recente depreciação cambial, mas também não parece estar disposto a encerrar o
ciclo de alta de juros. Assim, o BCB buscou ter flexibilidade para um cenário
de grande incerteza. Ainda trabalho com um cenário de uma alta de 50bps e outra
de 25bps nas próximas reuniões do Copom, com o ciclo sendo então encerrado. O
mercado continua precificando altas de 77bps+50bps+25bps. O momento ainda não
me parece ser de manter alocações relevantes no mercado de renda fixa, mesmo
vendo bastante valor na curva. As posições devem ser moderadas e com stops bem
definidos.
Externo – O dia foi de
acomodação das tendências recentes. O destaque ficou por conta de um movimento
de enfraquecimento do USD, e de uma forte alta nas bolsas norte americanas. A
reação positiva do setor de Financials ao “Stress Test” divulgado pelo Fed na
noite de ontem parece ter sido um pilar de sustentação do mercado ao longo do
dia. Temos que ter em mente que os dados recentes da economia norte americana
apontam para um arrefecimento do crescimento do país. O mercado de trabalho
continua em franca recuperação, mas o crescimento parece estar rodando abaixo
de 2% neste primeiro trimestre do ano. Hoje, as vendas no varejo de fevereiro ficaram
muito abaixo das expectativas, apresentando uma queda não desprezível, e a
despeito da melhora no Jobless Claims. Acredito que o Fed irá retirar o termo
“patient” do comunicado do FOMC na semana que vem, mas indicar que isto não
necessariamente sinaliza para uma alta de juros nas próximas duas reuniões do
FOMC. A intensão do Comite é ganhar flexibilidade diante do aumento da
incerteza.
Na Europa, a quinta-feira foi de
pouca movimentação.
Mercados
– Não vejo
grandes assimetrias neste momento. Vejo valor na curva local de juros,
mas o cenário de curto-prazo requer cautela. A tendência do USD no mundo me
parece ser de alta, mas tecnicamente o mercado parece um pouco “esticado” .
Ainda vejo espaço para correção nas bolsas norte americanas, mas em um movimento
tático e pontual. As commodities devem manter tendência de queda, mas
movimentos de acomodação são naturais dentro deste processo. Na Europa, o
cenário continua sendo favorável a queda do EUR, e alta das bolas e bonds
locais, mas momentos de realização de lucros também podem estar chegando. Em
suma, não parece o momento de ter grande alocações a risco. Uma postura tática,
neste ambiente, parece ser o mais prudente.
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