Update II

O price-action dos ativos de risco hoje, vis-à-vis as informações econômicas divulgadas ao longo dia, me dizem que os mercados podem estar diante de mais uma correção de curto-prazo dos ativos de risco. Com números de crescimento positivos nos EUA, e inflação levemente mais alta, o dia foi de fechamento de taxas de juros e queda nas bolsas norte americanas. Não vejo motivos fundamentais para correções maiores, mas argumentos técnicos/gráficos para uma pernada de correção dos ativos de risco (bolsas e fechamento de taxa de juros).

No Brasil, a despeito dos desafios, governo e oposição sinalizam para a possibilidade de aproximação no tocante ao ajuste fiscal proposto pela equipe econômica, o que está ajudando no desempenho do BRL e da curva de juros. Vejo espaço para novas rodadas nessa direção, especialmente no que diz respeito a curva curta de juros (até Jan17). Os dados de arrecadação de fevereiro foram “ok”e apontam para mais um mês de superávit primário em fevereiro, isso ainda sem impactos relevantes dos ajustes já anunciados até aqui. No que diz respeito a política monetária, acredito que o BCB esteja buscando uma janela para encerrar o ciclo de alta de juros. Segundo Tombini, já em abril, as inflações mensais apresentarão recuou em relação as altas recentes. Além disso, Tombini disse que o BCB deve se manter “vigilante” e não “especialmente vigilante” no tocante a inflação. Minha impressão ainda é de um ciclo de, no máximo, uma alta de 50bps e outra de 25bps nas próximas duas reuniões do Copom. Salvo uma piora no quadro político e/ou cambial, o risco é de um ciclo adicional de alta de juros menor do que este.


No tocante a curva de juros local, vale chamar a atenção para diferença do shape das curvas nominais e reais. Enquanto a curva nominal continua bastante invertida, a curva real apresenta-se um tanto quanto empinada. Com os implícitas longas ainda na faixa de 6.0%-6.5%, ainda prefiro os juros nominais aos juros reais, a despeito de entender que faça sentido na alocação de risco juros reais acima de 6.5% para alguns portfolios específicos.

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