Acomodação dos mercados
A noite foi de relativa tranquilidade nos mercados financeiros globais. As bolsas da Ásia tiveram um dia majoritariamente de alta, com o USD fraco contra as moedas da região. Agora pela manhã, os ativos de risco operam sem grandes movimentações, exceto por uma leve correção/queda (entre 0.5%-1.5%) das bolsas na Europa. Os mercados de moedas, commodities e juros operam em torno da estabilidade, com o petróleo sendo o destaque negativo de queda (-2,3% neste momento).
Na agenda do dia, destaque o IPC-S no Brasil e Existing Home Sales nos EUA.
Brasil - Não há novidades relevantes no cenário. O ambiente político e o humor externo a risco devem continuar ditando o rumo dos ativos locais. Será essencial analisarmos a disposição do Congresso em seguir em frente com o ajuste fiscal proposto pelo governo, e o quanto esta aprovação irá custar para Dilma e seu núcleo de governo. Os jornais do final de semana continuam mostrando um ambiente extremamente desafiador do ponto de vista político, com Lula colocando pressão em Dilma e, inclusive, tentando se afastar da imagem ruim de sua “criatura”, em uma tentativa de já plantar frutos para as eleições de 2018. Além disso, o PMDB continua emitindo sinais contraditórios em relação ao apoio aos ajustes propostos, o que mostra que o processo se aprovação será duro, tortuoso e custará caro ao governo em termos de cargos e poder. No cenário econômico, os sinais de desaceleração do crescimento e piora do mercado de trabalho estão se acumulando. Os efeitos da operação Lava-Jato também começam a afetar a economia e o sistema financeiro de maneira mais clara. Por outro lado, a inflação segue alta, mas sem sinais de contágio do reajuste de administrados para demais áreas da economia.
Europa – As eleições regionais na França e na Espanha não trouxeram novidades relevantes ao cenário e, muito menos, eventos de cauda aos mercados. A Grécia, por sua vez, começa esta semana mais uma rodada de negociações com seus credores, a fim de garantir liquidez para o pagamento de suas obrigações. A retórica da Alemanha continua dura, em um claro jogo político de negociações. Acredito que um acordo será atingido, mas as dificuldades nas negociações podem trazer volatilidade aos ativos da região, em especial após a forte melhora verificada nos últimos meses.
EUA – O Fed será, de agora em diante, dependente dos dados. Assim, os ativos de risco devem ficar mais reativos a números econômicos e aos discursos dos membros da instituição. Ainda vejo um curto-prazo de acomodação do crescimento do país, mas um numero de emprego forte em março, pode ser determinante para a atuação do FOMC no curto-prazo.
China – A despeito dos riscos ao crescimento do país este ano, cresceram as expectativas de medidas mais agressivas de suporte a economia. Neste ambiente, os ativos locais, e as bolsas em especial, vêm apresentando um rally significativo nas últimas semanas. Ainda espero um cenário relativamente desafiador para o país este ano, com crescimento mais baixo do que as expectativas e medidas apenas pontuais de suporte ao crescimento.
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