"Risk-off". Yemen em foco.

Os ativos de risco estão abrindo em tom de “risk-off” generalizado, liderados por uma forte queda nas bolsas da Europa e EUA. Ao que tudo indica, além de questões técnica/gráficas, que vínhamos chamando a atenção desde o começo da semana, parece que a instabilidade política no Yemen, que culminou com um ataque militar de tropas aliadas ao governo, inclusive com a participação norte americana, a bases da oposição no país, está sendo um vetor determinante para a correção das bolsas globais esta manhã. Se isto for verdade, podemos ter mais algumas rodadas de pressão e aumento de volatilidade nos ativos de risco, mas a correção não deveria passar de um ajuste pontual e localizado, como tantos outros que observamos ao longo dos últimos anos. Por hora, o patamar de 2.100 pontos tem se mostrado uma importante resistência para o S&P500. Resta saber se o patamar de 1.990/2.000 pontos se provará, mais uma vez, um grande suporte para a bolsa americana.

Neste ambiente, o Petróleo vem apresentando forte alta nos últimos dias, pela importância estratégica do Yemen no comercio da commodities, além de sua posição como 39th maior produtor do país. Segundo a Bloomberg: While Yemen contributes less than 0.2 percent of global oil output, its location puts it near the center of world energy trade. The nation shares a border with Saudi Arabia, the world’s biggest crude exporter, and sits on one side of a shipping chokepoint used by crude tankers heading West from the Persian Gulf. Global oil prices jumped more than 5 percent on Thursday after regional powers began bombing rebel targets in the country that produced less than Denmark in 2013. Yemen’s government has collapsed in the face of an offensive by rebels known as Houthis, prompting airstrikes led by Saudi Arabia, the biggest producer in the Organization of Petroleum Exporting Countries. The Gulf’s main Sunni Muslim power says the Houthis are tools of its Shiite rival Iran, another OPEC member, and has vowed to do what’s necessary to halt them. Yemen produced about 133,000 barrels a day of oil in 2013, making it the 39th biggest producer, according to the U.S. Energy Information Administration. Output peaked at more than 440,000 barrels a day in 2001, the Energy Department’s statistical arm said on its website.”

Na agenda do dia, destaque absoluto para  relatório de inflação no Brasil, além da taxa de desemprego e uma posição decisão do CMN em torno da TJLP. Nos EUA, destaque para o Jobless Claims.

Brasil – A Galvão Engenharia, seguindo os passos de outras empresas envolvidas na Operação Lava-Jato, entrou ontem a noite com pedido de recuperação judicial. Este parece ser apenas o começo de uma tendência muito maior que, a meu ver, terá forte impacto contracionista no crédito e na atividade econômica. Em algum momento dos próximos dias, é esperado que o CMN eleve a TJLP em mais 50bps, o que seria um caminho natural e positivo no processo de ajuste e distorções da economia. Ainda hoje, teremos uma maior clareza de como encontra-se o mercado de trabalho. Continuo esperando uma acentuada deterioração do mercado de trabalho nos próximos meses. Será fundamental observar se os dados do IBGE, agendados para hoje, já irão mostrar o cenário caminhando nesta direção, o que abriria espaço para o BCB  começar a pensar em encerrar, pelo menor temporariamente, o processo de alta de juros no país. Finalmente, o Relatório de Inflação nos ajudará a entender, de maneira mais clara, como o BCB está vendo a atual conjuntura de dólar em forte alta, inflação pressionada devido ao reajuste de administrados, mas expectativas crescimento de uma recessão relativamente aguda este ano.

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