Fed em Foco
A despeito
dos números econômicos divulgados nesta segunda-feira (Personal Income &
Spending, ISM Manufacturing e Construction Spending) terem confirmando um
cenário de acomodação do crescimento da economia norte americana, os ativos de
risco, em especial os juros nos EUA e o USD, acabaram mantendo a tendência recente
de abertura de taxas e fortalecimento do USD, o que acabou ditando a dinâmica
dos ativos de risco ao redor do mundo e, em especial, no Brasil.
A dinâmica
do USD e da Treasury me lembra um pouco o que ocorreu no começo do ano passado,
mas de maneira inversa. Enquanto no ano passado os sinais de fortalecimento da
economia americana se acumulavam, fatores exógenos acabaram dificultando a abertura
das taxas de juros e o fortalecimento do USD durante grande parte de 2014. Neste
começo de 2015, com o QE já encerrado, e o Fed confortável com o cenário de
crescimento/inflação, basta que a atividade econômica e o emprego mantenham a tendência
recente de recuperação para que o FOMC dê inicio a um processo gradual de
normalização monetária. Neste ambiente, as taxas de juros locais, e o USD, tem
mostrado imensa dificuldade em apresentar qualquer tipo de acomodação mais
acentuada, mantendo a tendência de longo-prazo praticamente intacta.
Como o
Brasil não é uma ilha dentro deste contexto externo, os ativos locais
apresentaram um dia de deterioração, em grande parte seguindo o humor externo. Assim, verificamos um dia de depreciação
do BRL, ainda ajudado pela sinalização do BCB de que deverá, aos poucos,
intervir menos no mercado. Forte abertura de taxas de juros, com claro
movimento de steepening, seguindo a
curva americana e os demais emergentes. Além de um dia de queda na bolsa.
A curva de
juros hoje precifica altas de 50bps+35bps+22bps+15bps nas próximas reuniões do
Copom, com o Jan21/jan17 voltando aos -45bps, patamar que vem sendo regra nas
ultimas semanas.
Ainda vejo
valor em um portfolio aplicado na parte intermediária da curva local de juros,
combinada com posições compradas em USDBRL via estruturas de opção que visem
reduzir o carrego elevado e se apropriar de uma volatilidade implícita alta.
No cenário
externo, acredito que o DXY esteja em um ponto técnico importante que, caso
seja rompido, pode acabar levando a uma nova rodada de alta do USD no mundo.
Acho válido manter posições compradas em USD no mundo. Estou buscando posições
com assimetrias positivas, com o caso de puts de JPY, onde a vol implícita me
parece excessivamente baixa vis-à-vis os riscos no horizonte de curto-prazo.
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