Emprego americano
O dia foi de
acomodação dos ativos de risco, com as bolsas na Europa e EUA em queda e o USD
dando sinais um pouco mais mistos, a despeito de mais uma rodada de abertura de
taxas de juros nos EUA e pressão no preço das commodities, exceto pela alta no
preço do petróleo.
A agenda nos
EUA foi esvaziada, mas o ADP
Employment a ser divulgado amanhã irá ganhar importância redobrada frente aos
sinais recentes emitidos pelo Fed. Acredito que um número abaixo de 150k pode acabar
reduzindo a probabilidade de alta de juros em junho, levando a um movimento de
USD fraco e fechamento de taxas de juros no país, o que pode acabar ajudando os
ativos emergentes de renda fixa e câmbio. Contudo, qualquer número acima deste
patamar pode acabar sendo visto como um sinal verde para o Fed dar continuidade
a seu processo de normalização monetária, retirando o termo “patient” do comunicado deste mês, e
ganhando flexibilidade para dar inicio a um processo gradual de alta de juros.
Neste cenário, o USD pode romper o range
recente, com mais uma pernada de alta, sendo sustentado por uma nova abertura
de taxas de juros no país. Este ambiente, em alguma medida, pode acabar
afetando, mesmo que pontualmente, o humor para as bolsas ao redor do mundo.
No Brasil, tivemos novas evidencias de
forte desaceleração do crescimento, com a Fenabrave mostrado acentuada queda
nas vendas de veículos de fevereiro. Amanhã, o foco ficará por conta da PIM,
onde o mercado espera uma alta de 2% MoM, após dois meses consecutivos de forte
queda. No que diz respeito do ao Copom, acredito que elevarão a taxa Selic em
50bps para 12.75%, mantendo o comunicado após a decisão idêntico ao da última
reunião. Meu cenário base é de uma alta de 50bps e outra de 25bps, encerrando o
ciclo em 13%. Acredito que teremos que conviver com inflação alta neste
primeiro semestre do ano, mas podemos estar diante de uma forte desaceleração econômica
que, aliada ao aperto fiscal e creditício, ajudará o BCB no combate a inflação.
A curva de
juros ficou relativamente estável durante o dia, mesmo com uma forte depreciação
do BRL. A sinalização do BCB de que pretende deixar a moeda mais livre,
migrando para um equilíbrio mais condizente com os fundamentos, parece estar
sendo um vetor importante na dinâmica da moeda nos últimos dias. A curva local
de juros continua mostrando uma taxa Selic terminal em torno de 13.25% no final
deste ano, com quedas tímidas em 2016.
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