Grécia no foco da semana

O final de semana foi de poucas novidades relevantes no cenário. Assim, o mercado se manterá focado nos principais eventos da semana, entre eles, os dados fiscais de fevereiro no Brasil, os dados de emprego de março nos EUA e mais uma rodada de negocições entre a Grécia e seus credores.

Brasil – Os jornais continuam dando atenção especial ao complicado quadro político do país. Eduardo Cunha deu mais uma interessante entrevista ao jornal O Globo de domingo, mostrando, uma vez mais, que não pretende dar vida fácil ao governo. Os ajustes econômicos devem ser feitos à custa de uma grande turbulência política interna. A despeito da disposição do governo em implementar os ajustes necessários à economia, o Congresso tem se mostrado muito mais hostil do que o imaginado. Além da dificuldade perante Eduardo Cunha e Renan Calheiros, os jornais dizem que, mesmo a base do PT se mostra contrária aos ajustes propostos. Ao que tudo indica, ainda estamos no meio de um período turbulento, sem que haja sinais claros e consistentes de estabilização do quadro econômico e político no Brasil.

EUA – No final da tarde de sexta-feira, Yellen deu algumas importantes declarações em torno da política monetária dos EUA. A mensagem de Yellen segue muito parecida aquela proferida após a ultima reunião do FOMC, ou seja, Yellen se mostra ao centro do Comitê. O Fed ainda se mostra disposto a dar inicio a um processo extremamente gradual e bem comunicado de alta de juros no país este ano. Segundo Yellen, o FOMC não deve esperar a inflação chegar a 2% para iniciar este processo, mas também não há pressa por parte dos membros votantes. O mercado hoje precifica uma alta de 25bps apenas em setembro, o que parece razoável frente à desaceleração recente da economia. Contudo, a “espada” de um processo de normalização monetária deve permanecer viva para os ativos de risco ao longo dos próximos meses, elevando a volatilidade dos mercados, colocando um bid no USD, um teto nas bolsas norte americanas, e uma pressão nas commodities.

Europa – A situação econômica na Grécia vem apresentando um deterioração galopante nas últimas semanas, o que coloca o país em uma posição extremamente delicada. Apenas um acordo amigável entre a Grécia e seus credores, para que o país continue recebendo um fluxo financeiro suficiente para arcar com seus compromissos, será capaz de evitar um cenário muito mais catastrófico ao país. O cenário base continua sendo de que um acordo será encontrado, mas o risco, mesmo que baixo, da ausência de uma solução, pode trazer consequências devastadoras a Grécia e, consequentemente, a toda a Europa. Assim, podemos esperar um período de maior incerteza e volatilidade nos próximos dias para os ativos da Europa.

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