Postagens

Mostrando postagens de 2015

Feliz Ano Novo!

Antes do último comentário deste ano de 2015, gostaria de desejar um feliz ano novo a todos. Espero que em 2016 o “Mercados Globais” possa continuar agregando nos debates, ou como um simples instrumento informativo. Infelizmente, estamos encerrando o ano com um cenário econômico extremamente desafiador para o Brasil, sem perspectivas de uma mudança substancial em 2016. Enormes desafios se avizinham, mas precisamos lembrar que a economia funciona em ciclos e, mais cedo ou mais tarde, poderemos, no mínimo, ter a esperança de tempos melhores. Enquanto isso, precisamos navegar com cautela, superando os obstáculos mas sem perder a compostura. Obrigado a todos pelos feedbacks e pela paciência. O último dia relevante do ano para os ativos de risco apresentou a mesma dinâmica que prevaleceu ao longo do ano, com o dólar forte, as commodities pressionadas, lideradas pelo Petróleo, em um ambiente de instabilidade das bolsas e abertura de taxa de juros nos EUA. Na minha visão, o cenário

Brasil: Sinais preocupantes na calada do final de ano.

O destaque dos mercados externos ficou por conta de mais um dia de depreciação do  fixing do CNY, que acabou sendo seguido por uma “forte” (para os padrões desta moeda) desvalorização do CNH. O CNH atingiu o patamar mais depreciado dos últimos anos (vide comentário da ML sobre o tema reproduzido abaixo). O petróleo está devolvendo parte da forte alta verificada ontem, após os estoques da API apresentarem forte aumento na última semana. A agenda do dia será esvaziada.   $CNH Spot broke through August post CNY devaluation highs of (6.5945) to make a new high of 6.6090 today, with USD demand from various participants. There was a speculation that the USD demand was on the back of an announcement today where the   PBOC banned some foreign banks to conduct some FX businesses  (more below). However, BofAML’s Head of Asia FX trading, Patrick Law, highlights that only 2 foreign banks seem to be impacted by this ban and hence   this announcement DOESN’T seem to have contributed to the $CNH

Update

Os ativos de risco continuam girando sem tendências claras ou correlações evidentes. A terça-feira pode ser classificada como um dia de “ risk-on ”, com as bolsas e as commodities em alta ao redor do mundo, em um pano de fundo de dólar fraco contra as moedas EM, a despeito da pressão no EUR. Os juros norte americanos tiveram um dia de abertura de taxas. Continuo sem grandes convicções no mercado internacional. Acredito que o curto-prazo irá demandar posições mais táticas do que “alocativas”, até que o cenário econômico se torne mais claro. Nos EUA , os dados econômicos continuam mostrando um crescimento ciclicamente mais fraco neste final de ano, mas ainda em patamar saudável. O Consumer Confidence subiu de 92,6 para 96,5 pontos em dezembro, acima das expectativas de 93,5 pontos. A abertura mostrou recuperação do indicador de mercado de trabalho, o que reforça as expectativas de um número robusto para o Payroll deste mês. O preço dos imóveis medidos pelo CaseShiller apresentou alt

Brasil: News flow ainda negativo.

Os ativos de risco continuam em ritmo de férias, sem grandes movimentações relevantes esta manhã. Na agenda do dia, teremos o IGP-M e os dados finais das contas públicas nacionais de novembro no Brasil. Nos EUA, destaque para o Consumer Confidence e CaseShiller House Prices. De acordo com a Folha, os governadores de 9 Estados pressionaram ontem o Governo Federal para que alterem o indexador da dívida dos Estados. A troca do indexador parece ter sido acertada entre as partes, o que reduziria em cerca de R$3bi os repasses para a União, deteriorando ainda mais o quadro fiscal brasileiro, mas dando alivio pontual aos Estados, cujas contas públicas se encontram em estado calamitoso. Ainda de acordo com o mesmo veículo de comunicação, a reunião de Dilma com sua equipe econômica definiu o pagamento integral das pedalas fiscais este final de ano, ou  cerca de R$57bi. Dilma teria pedido empenho de sua equipe econômica em busca de medidas que visem estimular a recuperação do crescimento

Brasil: Déficit fiscal recorde para o Governo Central.

Os mercados externos mantiveram as tendências verificadas ao longo da manhã, com queda nas bolsas, um dólar misto e pressão no preço das commodities. A agenda esvaziada, em um período sazonalmente ilíquido, está ajudando a acentuar alguns movimentos, como o caso das commodities (Petróleo -3,6%, Cobre -2%, por exemplo). No Brasil, o déficit fiscal primário do governo central ficou em R$21,3bi em novembro, superior às expectativas do mercado. O cenário econômico continua mostrando claros sinais de deterioração. O Ibovespa teve uma segunda-feira de leve queda. A curva de juros apresentou fechamento de taxa na parte curta da curva, com as taxas longas mais firmes. Assim, a inclinação continuou a se elevar nos vértices mais longos, com o Jan21/Jan17 atingindo +72bps. A curva precifica altas de 60bps+50bps+44bps+35bps nas próximas 4 reuniões do Copom. Não vejo valor para posições relevantes aplicadas na curva nominal de juros. Acredito que o BCB pretende fazer um ciclo relativamente

Brasil: "No news is bad news..."

Os ativo de risco estão retornando do feriado prolongado sem grandes movimentações. Destaque apenas para um leve movimento de dólar forte no mundo e mais uma rodada de pressão sobre o preço das commodities, após uma pequena recuperação na semana passada. Na China, as bolsas locais apresentaram quedas substanciais, com o A-Shares caindo cerca de 2,5%. O CNY iniciou a semana em leve desvalorização contra o dólar americano. A iliquidez deste final de ano, na ausência de uma agenda econômica relevante, deixará os ativos de risco a mercê de fluxos pontuais, o que pode vir a acelerar e acentuar os movimentos de curto-prazo criando, até mesmo, distorções pontuais e localizadas em alguns ativos ao redor do mundo. A agenda nos EUA será esvaziada este começo de semana. No Brasil, o destaque ficará por conta do resultado primário do governo central em novembro. Esperamos um déficit em torno de R$20bi, contra expectativas em torno de um déficit de R$13bi. Como era de se esperar nest

"Mini" Year End Rally?

Os ativos de risco mantiveram uma dinâmica, em grande parte, positiva neste final de ano, com as bolsas globais em alta ( Year End Rally ?), com uma recuperação do preço do petróleo, após a divulgação de forte queda dos estoques nos EUA, e abertura de taxa de juros nos EUA. O dólar apresentou desempenho mais misto, fforte contra G10 (especialmente contra o EUR), porém sem tendência definida em relação as moedas emergentes. O Brasil manteve o tom de terça-feira, no que me parece ser um processo de acomodação/consolidação da piora recente dos ativos locais. O anuncio de novos M&A´s (desta vez um fundo Árabe aportando recursos no frigorífico Minerva) pode estar ajudando a dar um tom um pouco mais positivo aos mercados locais no curto-prazo. Eu vejo esses anúncios como naturais dentro de um contexto de forte depreciação cambial e forte queda no preço dos ativos brasileiros. É natural esperar alguma demanda específica, por ativos que ofereçam valor, por parte dos investidores estr

Ritmo de férias...

Os ativos de risco parecem já estar em ritmo de férias. A liquidez mostra-se reduzida, com movimentos bruscos, e sem correlações específicas ao longo do dia. A terça-feira foi de alta nas bolsas dos EUA, concentrada no período da tarde. O petróleo operou em alta, com o preço do WTI superando o do Brent pela primeira vez em muitos meses. As commodities metálicas, contudo, tiveram um dia de queda. O dólar operou em queda contra G10, porém mais firme contra EM. Estou com poucas convicções em relação aos mercados externos neste ambiente. Os dados de curto-prazo nos EUA, com uma agenda cheia amanhã, serão determinantes para o cenário de política monetária no país. O mercado precifica apenas 2 altas de 25bps na curva local de juros. Caso os números mostrem uma economia saudável, e uma inflação ascendente, existe o risco de mais uma rodada de reprecificação da curva, o que teria efeitos não desprezíveis sobre os demais ativos ao redor do mundo. O Brasil teve um dia de acomodação/cons

O final do ano já afeta a liquidez dos ativos de risco.

Os ativos de risco estão operando com leve viés positivo esta manhã, dando continuidade ao movimento verificado no final da tarde de ontem. A proximidade das festas de final de ano, contudo, já afeta negativamente a liquidez dos mercados, o que pode acabar tornando os movimentos mais bruscos e acentuados. Na agenda do dia, destaque para a revisão do PIB e para o Existing Home Sales nos EUA. No Brasil, a agenda terá os dados de crédito como foco do dia.

Update

Brasil – Os ativos locais reagiram de maneira clássica a mudança do Ministro da Fazenda, leia-se, com abertura de taxa de juros e “ bear steepening ” da curva, alta do dólar e queda da bolsa. O novo Ministro da Fazenda realizou uma coletiva junto aos investidores para reforçar a mensagem de continuidade da política econômica. Contudo, devido a seus laços históricos com o que ficou conhecido como “nova matriz econômica”, o Ministro está encontrando um enorme ceticismo por parte do mercado em acreditar que não haverá mudanças relevantes na política econômica, cujo foco principal ainda deve ser sobre o ajuste fiscal. Acredito que o ceticismo por parte do mercado continuará, até que medidas concretas sejam adotadas. Acredito que novas propostas de ajuste precisam ser, não apenas sinalizadas ao mercado, mas de fato concretizadas. Alguma vitória no Congresso, como uma eventual CPMF, também poderia ser vista como a confirmação de que as palavras do novo Ministro sejam de fato o que será

Brasil: Turbulências a frente.

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade está manhã. A agenda do dia terá as contas externas no  Brasil  como destaque, já que a agenda dos EUA será esvaziada. O Estado está reportando que  Nelson Barbosa  dará uma coletiva para investidores locais e externos as 12h00 de hoje. Acredito que ele tentará adotar um discurso de continuidade em relação a política econômica que está sendo adotada até o momento. Contudo, no final de final, ficou claro que o discurso da nova equipe econômica está sendo ajustado para cada público específico. Para as bases do governo, o discurso é que política econômica sofrerá ajustes, buscando uma retomada mais rápida do crescimento. Para o mercado, o discurso de continuidade do ajuste fiscal é o que deverá prevalecer. Continuo esperando que o novo Ministro da Fazenda vá encontrar um mercado financeiro extremamente cético em relação a sua indicação. Ele precisará mostrar ações concretas, ou vitórias reais no caminho do ajuste fiscal para que t

Update

Depois de uma longa e cansativa semana, vou tentar ser breve nos meus comentários. No cenário externo, a semana termina da mesma forma que começou, com pressão no preço do petróleo, nos US HY Bonds e nos índices de bolsa, a despeito da recuperação de preço das commodities metálicas e de um leve movimento de dólar mais fraco no mundo. Acredito que o preço do petróleo e os fluxos para o mercado de US HY Bonds continuarão a ditar a dinâmica dos ativos de risco. Não tenho vantagem comparativa em emitir uma opinião mais firme em torno do nível de preço de ajuste destes mercados, mas em um ambiente de normalização monetária nos EUA, é natural esperar mais volatilidade e incerteza. O cenário de crescimento para os EUA segue inalterado, com uma expectativa de PIB levemente abaixo de 2% para este final de ano e em torno de 2% para o ano que vem, acima do potencial. O mercado de trabalho ainda mostra sinais robustos, mesmo diante da desaceleração de alguns setores da economia. A inflação ai

pós FOMC.

Após uma primeira reação tranquila a decisão do FOMC ontem, os ativos de risco tiveram uma quinta-feira mais negativa. Na minha visão, a decisão do Fed foi neutra, mas os desenvolvimentos recentes no preço do petróleo e seu impacto nos US HY Bonds e, consequentemente, nas bolsas norte americanas, voltaram a dar o tom dos ativos de risco. A tendência de depreciação do CNY também ajuda a colocar incerteza no cenário. O Brasil , inexplicavelmente, teve um dia de boa performance de seus ativos, a despeito do news flow negativo. A única explicação que eu vejo para o movimento de hoje é técnica. O mercado pode ter “vendido” Brasil excessivamente após o downgrade de ontem, ficando tecnicamente exposto. Na ausência de um movimento mais claro de deterioração de preços, os investidores de curto-prazo ( fast money ) foram forçados a zerar, ou reduzir exposição, colocando pressão altistas nos preços.  Eu vejo um cenário cada vez mais binário para o país. A evolução do julgamento do S

Fed & Política Brasil

Como era amplamente esperado pelo mercado ontem, após cerca de 7 anos de juros zeros nos EUA, o Fed anunciou um aumento de 25bps na taxa básica de juros do país. A decisão já havia sido bastante telegrafada e bem comunicada ao mercado, que precificava praticamente 90% de probabilidade desta ocorrência. Os demais pontos importantes da decisão, como a previsão de taxa de juros por parte dos membros do comitê, o comunicado após a decisão e a coletiva de impressa de Janet Yellen podem ser classificadas como neutras (alguns apontam sinais levemente mais  hawkish , enquanto outros veem sinais um pouco mais  dovish ). Desde de o anuncio, observamos uma forte alta das bolsas, um fortalecimento do dólar, alguma pressão sobre as commodities, e uma leve alta de juros nos EUA. Eu acredito que a decisão não tenha alterado o cenário de curto-prazo no tocante a política monetária para o país. O Fed será dependente dos dados. O processo de normalização monetária será extremamente gradual e bem co

Brasil: Junk Status

A quarta-feira foi agitada antes da decisão do FOMC. Após o anuncio de redução da meta de superávit fiscal para 2016, a Fitch rebaixou a nota de crédito do país, tirando o grau de investimento do país e mantendo uma perspectiva negativa. Os ativos locais reagiram de maneira clássica, com steepening da curva de juros, alta do dólar e queda da bolsa. Os movimentos, relativamente suaves dos ativos locais, levam a crer que parte dessa decisão já era esperada pelo mercado. Eu não descarto, contudo, uma tendência de pressão sobre os ativos locais nos próximos dias/semanas, com os investidores ajustando os portfólios e, provavelmente, elevando a demanda por hedge. A posição do dólar na BMF, e as evidência anedóticas mostram que os investidores estrangeiros reduziram consideravelmente seus hedges cambiais e suas posições negativas em torno do BRL nos últimos meses. O cenário externo, contudo, também será relevante para a dinâmica dos ativos brasileiros. Após o anuncio semanal de estoques

Meta fiscal no Brasil e Fed em foco.

Na expectativa da reunião do FOMC nos EUA, os ativos de risco operam sem muita movimentação está manhã. As bolsas operam em leve alta, o petróleo voltou a cair, a despeito de um desempenho mais positivo das demais commodities. O dólar sobe contra EM, mas cai marginalmente contra G10. Os bonds nos EUA operam estáveis neste momento. Vale lembrar que, a despeito da aparente estabilização dos ativos de risco nas últimas 36 horas, a moeda da China, o CNY, continua em trajetória clara de depreciação vis-à-vis o dólar, o que tem sido visto como um vetor desestabilizador para os ativos de risco, em especial, para os ativos dos países emergentes. Brasil – A mídia hoje dá como certa a redução da meta fiscal de 2016 para uma meta mais flexível, que será de 0,5% do PIB, mas com a possibilidade de abatimentos que levem-na para patamar próximo a zero. Na prática, foi uma maneira de não divulgar uma meta zero, mas atendendo uma demanda antiga do Ministro do Planejamento Nelson Barbosa, e con

Risk On!

O terça-feira foi um tanto quanto interessante. O dia foi marcado por um movimento global de “ risk-on ”, liderado por uma recuperação do mercado de crédito nos EUA. Neste momento, o HYG e JNK (ambos ETF e HY Bonds nas bolsas dos EUA) sobem mais de 1%, o que trouxe alívio as bolsas ao redor do mundo. O petróleo manteve a trajetória de alta verificada ontem, e opera em alta de 4% neste momento. O movimento positivo ao redor do mundo ajudou a dar suporte as taxas de juros nos EUA, as vésperas da reunião do FOMC. O dólar ficou mais forte contra G10, porém mais fraco como EM. O terça-feira foi o primeiro dia de alívio dos mercados após uma rodada rápida e acentuada de deterioração. Me parece cedo para afirmar que o pior tenha ficado para traz, mas os sinais de estabilização hoje são animadores. Por hora, contudo, a dinâmica dos ativos de risco me parece mais de um short squeeze pontual do que uma estabilização definitiva. Brasil – O destaque do dia ficou por conta de mais uma fas

Brasil: Governo prepara redução na meta fiscal, mas tenta contentar Levy.

Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade esta manhã. Destaque para o bom desempenho das moedas de G10, lideradas por um movimento de  short squeeze  no EUR. As moedas EM continuam dando sinais de fragilidade, após mais um dia de depreciação do CNY. O mesmo vale para as commodities, que continuam pressionadas. Na agenda do dia, destaque para o Core CPI nos EUA. Ainda há sinais claros de fragilidade nos ativos de risco. Para uma estabilização definitiva dos mercados financeiros globais, precisaremos ter um sinal mais claro de até onde irá a correção no US HY Bonds, assim como qual será o novo patamar de equilíbrio do CNY. Por hora, nenhum desses vetores parece ter atingindo seus novos níveis de equilíbrio de curto-prazo. Ainda não vejo motivo para um pânico mais desordenado, mas é natural o mercado temer pelo o que está ocorrendo, principalmente, no mercado de crédito dos EUA. No Brasil, segundo a Folha, o TCU pode livrar Dilma dos crimes de pedaladas fiscai