Sem alteração no nosso cenário base.
Mercados:
Os ativos de risco ainda estão, neste
momento, digerindo as Minutas do FOMC. Após uma primeira reação de Minutas mais
dovish do que o esperado, começamos a
observar uma reação mais em linha com uma interpretação deMinutas mais hawkish, parecido com a nossa impressão
inicial (https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2018/02/eua-minutas-do-fomc-alguns-comentarios.html).
Neste momento, vemos um dólar mais
forte, impulsionado pela abertura de taxa de juros nos EUA. As bolsas globais
operam em alta, mas longe dos picos do dia e em trajetória declinante.
Os ativos no Brasil estão seguindo o
humor global a risco. Vale a pena citar, contudo, o bom desempenho do Ibovespa
nos últimos dias, mesmo em termos relativos (versus EEM, S&P e etc). A
curva de juros local continua sua trajetória de “steepening”, com o mercado já
precificando chances elevadas de mais um corte na Taxa Selic na próxima reunião
do Copom.
O leilão de Note de 5yrs foi
relativamente bem digerido pelo mercado. Amanhã teremos um leilão de bonds de
7yrs nos EUA. Será importante monitorar a demanda por esses papéis, em um
momento de aumento de oferta e redução de balanço do Fed.
Os dados econômicos divulgados hoje,
assim como as Minutas do FOMC, em nada alteram nosso cenário base comentado
hoje pela manhã e reproduzido abaixo.
Mantenho a visão de que estamos em
uma fase próxima ao final do ciclo econômico nos EUA, momento em que a inflação
começa a aparecer. Tenho dúvidas, contudo, se o ciclo é capaz de durar mais 3 a
6 meses, ou mais 12 a 18 meses. Por isso, tenho favorecido um portfólio mais
neutro, com a busca constante por hedges e posições descorrelacionadas. Não
acredito que seja o momento de manter posições direcionais elevadas na parcela
(Long Risk, Long Risk-On) tampouco seja o momento de manter um portfólio mais
“Short Risk”/”Long Risk-Off”.
Mantenho um pequeno portfólio
comprado em NTN-B e Bolsa no Brasil. Venho mantendo postura tática no BRL,
buscando a venda do dólar em momentos específicos e via estruturas de opção com
perdas limitadas.
No portfólio externo, nossa posição
“core” ainda é tomada em juros longos nos EUA. Estamos taticamente vendidos em
AUD e em S&P via opção. Estamos de olho para retornar à posição comprada em
JPY que foi taticamente zerada após o carnaval.
Dados econômicos:
Nos EUA as prévias dos ISM ficaram
acima das expectativas do mercado, com leve elevação em relação ao mês
anterior. Os números continuam mostrando uma economia extremamente robusta. O
Markit US Manufacturing saiu de 55,5 para 55,9 contra expectativas de
estabilidade e o Markit US Services subiu de 53,3 para 55,9 versus expectativas
de 53,7.
Na Europa, as prévias dos PMIs
ficaram abaixo das expectativas do mercado, após uma pequena desaceleração no
mês. A despeito da surpresa negativa, os PMIs continuam em patamar considerados
elevados e condizentes com um crescimento extremamente robusto, inclusive acima
das expectativas do mercado e do ECB.
As Minutas do Fed mostraram um Comitê mais convicto no cenário de
recuperação do crescimento, mais preocupado com o aperto do mercado de trabalho
e do nível de preço dos ativos financeiros, além de mais confiante da evolução
dos “custos do trabalho”. Abaixo, compilei algumas passagens que mostram que as
expressões utilizadas pelos mais hawkish
apontam para uma quantidade maior de participantes do que as expressões
utilizadas pelos participantes mais dovish.
De maneira geral, achei
as Minutas em linha com os dados recentes e um pouco mais hawkish, abrindo espaço para mais altas de juros este ano.
Financial
Inbalance:
Regulatory actions and improved risk
management in recent years had put the financial system in a better position to
withstand adverse shocks, such as a substantial decline in asset prices, than
in the past. However, amid elevated asset valuations and an increased use of
debt by nonfinancial corporations, several participants cautioned
that imbalances in financial markets may begin to emerge as the economy
continued to operate above potential. In this environment, increased use of
leverage by nonbank financial institutions might be difficult to detect in a
timely manner. It was also noted that the Committee should regularly reassess
risks to the financial system and their implications for the economic outlook
in light of the potential for changes in regulatory policies over time.
Wage Pressure:
During their discussion of labor market
conditions, participants expressed a range of views about recent wage
developments. While some participants heard more reports of wage
pressures from their business contacts over the intermeeting period, participants
generally noted few signs of a broad-based pickup in wage growth in available
data. With regard to how firms might use part of their tax savings to boost
compensation, a few participants suggested that such a boost
could be in the form of onetime bonuses or variable pay rather than a permanent
increase in wage structures. It was noted that the pace of wage gains might not
increase appreciably if productivity growth remains low. That said, a
number of participants judged that the continued tightening in labor
markets was likely to translate into faster wage increases at some point.
Labor Market:
Many participants reported that
labor market conditions were tight in their Districts, evidenced by low
unemployment rates, difficulties for employers in filling open positions or
retaining workers, or some signs of upward pressure on wages. The unemployment
rate, at 4.1 percent, had remained near the lowest level seen in the past 20
years. It was noted that other labor market indicators—such as the U-6 measure
of unemployment or the share of involuntary part-time employment—had returned
to their pre-recession levels. A few participants judged that
while the labor market was close to full employment, some margins of slack
remained; these participants pointed to the employment-to-population ratio or
the labor force participation rate for prime-age workers, which remained below
pre-recession levels, as well as the absence to date of clear signs of a pickup
in aggregate wage growth.
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