As atenções estão voltadas às taxas de juros nos EUA.
Os ativos de risco
estão passando por um momento de acomodação, puxados por uma abertura nas taxas
de juros dos países desenvolvidos relativamente acentuada para os padrões
históricos recentes.
O cenário base de
crescimento sólido ao redor do mundo, inflação contida nas economias avançadas
e postura gradual dos bancos centrais ainda é válido. Contudo, acumulam-se
evidências de que em algumas economias, tais como EUA e Alemanha, o hiato do
produto fechado e o pleno emprego possam já começar a estar causando pressões
inflacionárias, o que levaria a necessidade de uma postura mais proativa e
agressiva por parte dos bancos centrais dessas economias.
Eu entendo que os
bancos centrais nas economias avançadas irão buscar um processo de normalização
monetária gradual e bem comunicado. Contudo, no final das contas, quem
determinará isso serão os dados econômicos, que podem vir a atropelar este
desejo. Assim, no atual estágio do ciclo, precisamos ter atenção redobrada.
Os dados recentes
apenas reforçam a tese descrita acima. Nos EUA, o Unit Labor Cost apresentou
alta de 2% QoQ no 4Q17, muito acima das expectativas. O Jobless Claims
continuou próximo a 230k, no piso desde a década de 70. Este quadro sinaliza
para um mercado de trabalho no pleno emprego!
O destaque da agenda de
hoje ficará por conta dos dados oficiais do mercado de trabalho nos EUA. Espera-se
uma taxa de desemprego estável, uma criação ainda robusta de vagas de trabalho
e uma alta gradual dos rendimentos médios reais. Acredito que, em algum
momento, veremos um arrefecimento no nível de criação mensal de vagas de
trabalho, com maiores pressões nos rendimentos, movimentos típicos de um ciclo econômico
mais maduro.
No Brasil, o Governo
tenta manter vivas as expectativas para a Reforma da Previdência, mas suas
chances hoje são vistas como mínimas pelo mercado. A Produção Industrial de
dezembro apresentou forte alta de 2,8% MoM, acima das expectativas. O número
reforça o quadro de um crescimento mais consolidado, espalhado e coloca um
risco altista nas expectativas para o PIB do país em 2018. Os ativos locais
continuam seguindo o humor global a risco.
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