Quadro técnico tenebroso. Situação me parece pontual.
Os ativos de risco encerraram
a segunda-feira sobre forte pressão, liderados pelas bolsas dos EUA. Após uma
dinâmica tenebrosa durante a noite, neste momento, vejo sinais de estabilização
do humor.
Esta correção técnica
teve início pelo receio do mercado em torno do cenário econômico, com os sinais
de fechamento do hiato do produto nos EUA podendo levar a um processo mais
rápido, acentuado e estrutural de alta de juros nos países desenvolvidos e,
consequentemente, afetar os “valuations” e os preços dos ativos de risco. Este
movimento desembocou neste ajuste técnico pelo o qual estamos passando.
Nos últimos e, em
especial, em 2017, uma série de estratégias, tais como CTA, Risk Parity,
Balanced Mutual Funds, Short Volatility e afins, se tornaram bastante populares
e ganharam escala imensa. Em um ambiente de volatilidade baixa e reprimida estas
estratégias apresentaram desempenho bastante positivo, atraindo ainda mais
demanda. Isso criou uma certa “bola de neve”. Agora, o aumento repentino da
volatilidade do mercado cria a necessidade de um ajuste rápido e acentuado
dessas estratégias, que é refletido através da necessidade da venda de alguns
ativos financeiros, como as bolsas dos EUA. Leia um pouco mais aqui: https://www.zerohedge.com/news/2018-02-05/it-traders-panic-xiv-disintegrates-after-close.
Acredito que este seja
um problema técnica e pontual que não deveria nos levar a próxima crise
financeira de fato. Com certeza é um problema que deveremos superar no
curto-prazo, onde a volatilidade permanecerá elevada. Meu viés é de acreditar
que esta correção esteja próxima do fim. Estou de olho para começar a elevar as
alocações em algumas estratégias, mas buscando estruturas com perdas limitadas,
talvez focadas em venda de volatilidade nos atuais níveis.
Os ativos no Brasil
estão seguindo o humor global a risco. O BCB anunciou o início da rolagem dos
swaps cambiais que vencem este mês, o que ainda era uma certa dúvida para o
mercado. O BRL pode apresentar algum alívio de curto-prazo.
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