Lower China PMI/ Watch out for LIBOR-OIS Spread!

Mercados & Cenário:
Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade neste momento (6h00 de Brasília). Vejo os mercados financeiros globais ainda bastante sensíveis às taxas de juros no mundo desenvolvido e, em especial, as taxas das Treasuries nos EUA. Assim, vejo espaço para novos movimentos de “risk-off” no curto-prazo. De qualquer maneira, mantenho um portfólio mais neutro e uma postura mais tática (detalhes abaixo), ou seja, administrando ativamente os tamanhos e os instrumentos do portfólio.

A noite trouxe dados econômicos apontando para certo “speed bump” na economia global (ver detalhes abaixo) com um PMI Manufacturing abaixo das expectativas na China e dados de produção industrial e vendas no varejo em queda no Japão.

Nas últimas semanas começou a chamar à atenção dos mercados externos a abertura de spreads entre a LIBOR-OIS. Este é indicador que ficou bastante famoso na crise de 2008 e costuma medir a liquidez do mercado bancário dos EUA e a percepção do risco bancário do mesmo.

A LIBOR é um indicador de retorno das “taxas bancáris” para “empréstimos” no “overnight” (de um dia para outro). A OIS é a taxa de um swap de mesmo vencimento (“duration”), mas que não apresenta o risco bancário e não apresenta transferência do montante total dos recursos. Por ser um derivativo, o OIS necessita apenas de ajustes diários de margem. Assim a diferença entre as duas e vista como um indicador da percepção do mercado em relação aos riscos do mercado bancário e da liquidez deste mercado.

A recente abertura deste spread não tem, ainda, uma explicação concreta, mas está chamando a atenção dos investidores e merece alguma atenção nos próximos dias.

Agenda:
A agenda de hoje traz o Chicago PMI como destaque nos EUA e a Taxa de Desemprego no Brasil como destaque.

Dados econômicos, Notícias e Bancos Centrais:
Na China, o Manufacturing PMI recuou de 51,3 para 50,3 pontos em janeiro, abaixo das expectativas de relativa estabilidade. O Ano Novo Lunar pode ter afetado negativamente o indicador de forma pontual. Ainda parece cedo para conclusões mais concreta em torno deste indicador, mas eu diria que a queda está em linha com um cenário de desaceleração gradual da economia chinesa ao longo deste ano. O risco continua a ser de uma desaceleração mais acentuada e inesperada pelo mercado.

No Japão, a produção industrial e as vendas no varejo ficaram abaixo das expectativas. O mesmo efeito do Ano Novo Lunar chinês citado acima pode ter tido impacto negativo nestes indicadores. Os dados econômicos do país costum ser bastante voláteis e qualquer conclusão, neste momento, me parece precipitada.

Na França, o CPI ficou abaixo das expectativas reduzindo, em grande parte, os riscos do CPI fechado da Área do Euro surpreender positivamente (para cima) nas próximas horas.

Visão:
Os dados econômicos divulgados nos últimos dias, assim como as Minutas do FOMC, em nada alteram nosso cenário base que vem sendo amplamente discutido neste fórum.

Mantenho a visão de que estamos em uma fase próxima ao final do ciclo econômico nos EUA, momento em que a inflação começa a aparecer. Tenho dúvidas, contudo, se o ciclo é capaz de durar mais 3 a 6 meses, ou mais 12 a 18 meses. Por isso, tenho favorecido um portfólio mais neutro, com a busca constante por hedges e posições descorrelacionadas. Não acredito que seja o momento de manter posições direcionais elevadas na parcela “Long Risk”,/“Long Risk-On” tampouco seja o momento de manter um portfólio mais “Short Risk”/”Long Risk-Off”.

Como já comentei aqui nas últimas semanas, acredito que o ano será de “corridas de 100m” e não de uma “maratona”. A postura tática será ainda mais importante, assim como a escolha ideal das classes de ativos e dos instrumentos (acho que será um ano de muita utilização do mercado de opções, por exemplo).

Acredito que exista espaço para o mercado “comprar a ideia” de que os fundamentos dos mercados emergentes hoje são mais sólidos, os “valuations” mais atrativos e a posição técnica menos comprometida, o que pode favorecer está classe de ativos em detrimentos aos ativos de países desenvolvidos. Isso pode durar enquanto houver um crescimento global sólido. O cenário só irá “virar” de fato para um ambiente mais direcionalmente negativo quando o aperto da liquidez global for forte o suficiente para transformar o ciclo de crescimento na nova fase do ciclo econômico, de desaceleração. Enquanto isso, mantereu uma postura mais neutra.

Mantenho um pequeno portfólio comprado em NTN-B e Bolsa no Brasil. Venho mantendo postura tática no BRL, buscando a venda do dólar em momentos específicos e via estruturas de opção com perdas limitadas.

No portfólio externo, nossa posição “core” ainda é tomada em juros longos nos EUA. Estamos taticamente vendidos em AUD e em S&P via opção. Após as Minutas do FOMC, retornamos a posição comprada em JPY.


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