Brazilian Rates!


Mercados & Comentários:
A sexta-feira manteve o tom descrito hoje pela manhã  de mercados sem grandes tendências no geral (https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2018/02/sem-tendencias-relevantes.html).

Não houve informação ou movimentação nova no mercado externo que valha comentários adicionais aqueles já elaborados ao longo da semana.

Vale a pena concentrar os comentários de hoje na curva de juros do Brasil. Após um período de “bull steepening” da curva de juros nas últimas semanas, com o mercado elevando as apostas de mais um corte de 25bps na Taxa Selic (que já está com probabilidade em torno de 60% segundo o mercado de opções digitais), o mercado hoje apresentou um movimento de “bull flattening”, reagindo ao IPCA-15 de fevereiro e o anuncio do CMN comentado mais cedo do ajuste nas carteiras de fundos de previdência e seguradoras que será revertido nos próximos anos.

A curva curta de juros me parece relativamente bem precificada. Sem cortes adicionais da Taxa Selic, por exemplo, o Jan19 poderia abrir levemente taxas. Existe sim espaço para compressão de prêmios conforte o cenário de Taxa Selic entre 6,75% e 6,50% for sendo confirmado ao longo do ano. Contudo, a assimetria nesta parte da curva me parece ruim neste momento do ciclo. A título ilustrativo, o FRA do 4Q de 2018 está em 6,7%.

Continuo preferindo posições na parte intermediária da curva, que costuma performar melhor perto do fim do ciclo de afrouxamento monetário. O FRA de 2019 está em 8,5%, o que parece alinhado com um ciclo gradual de alta da Taxa Selic, caso necessário algum ajuste em 2019.

A parte longa da curva apresenta prêmios ainda maiores, mais deverá conviver com um cenário externo mais incerto e um período eleitoral ainda indefinido. Os FRAs mais longos, como o Jan21 a 10,6% parecem mais “premiados”, mas mesmo nesta parte da curva precisamos ter uma conjunção de vetores favoráveis para ganhos expressivos. 

Assim, por ora, tenho favorecido a parte intermediária e longa das curvas reais de juros. Entendo que o risco/retorno hoje no mercado local de juros seja pior do que no passado e, por isso, o tamanho das posições deverá ser ajustado de acordo com os riscos do cenário e de acordo com os atuais níveis de preço.

Dados econômicos:
No Brasil, destaque para o IPCA-15. O número ficou em linha com as expectativas, com alta de 0,38% MoM e 2,86% YoY. O qualitativo do indicador mostrou um quadro bastante positivo, de núcleos extremamente baixos. Outros indicadores correntes de inflação apontam para um quadro ainda mais benigno da inflação no curto-prazo. Nossa área econômica já trabalha com um IPCA que pode ficar abaixo de 3,5% este ano, muito abaixo da meta de inflação e das previsões recentes do Banco Central do Brasil (BCB).

No Canadá, assim como Japão mais cedo, os números de inflação surpreenderam positivamente (inflação mais alta) as expectativas do mercado. Estes números se encaixam perfeitamente no nosso cenário base de “reflation” nas principais economias desenvolvidas e justifica a manutenção de nossa expectativa de continuidade do processo de normalização monetária nessas economias, além de taxas de juros estruturalmente mais elevadas nesses países e/ou regiões.

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