Risk-On!


Os ativos de risco estão mantendo uma trajetória mais positiva. Acredito que o mercado esteja sinalizando que o grosso do ajuste técnico de curto-prazo já tenha sido efetuado. De qualquer maneira, a longo-prazo, o cenário econômico irá prevalecer. Nesta frente, continuo vendo sinais que demandam cautela na alocação a risco.

No Brasil, as Notas do Copom, na minha visão, mostraram um Comitê mais dividido e uma probabilidade mais elevada para um corte adicional da Taxa Selic do que a impressão que tinha ficado após o comunicado da última reunião do Copom. Aliado a isso, nossa área econômica (Top 5 do BCB nas expectativas de IPCA por várias vezes) está vendo números de inflação muito mais baixos do que aquelas do BCB. Assim, vejo uma probabilidade não desprezível de um corte adicional da Taxa Selic.

De qualquer maneira, vejo um risco/retorno não muito atrativo no mercado local de juros. Consigo ver espaço para fechamento adicional da curva, já que a Taxa Selic deverá permanecer entre 6,5% e 6,75% pelo menos até o final do ano, mas vejo alguns riscos que tornam a curva pouco atrativa para posições muito agressivas. Mantemos exposição na parte longa de NTN-Bs, mas em tamanho muito mais reduzido do que aquele verificado no ano passado. Existem algumas opcionalidades interessantes para mais um corte de juros no mercado de opção.

O dia hoje foi de bom desempenho das NTN-Bs, fruto no pagamento de cupom e da mudança de composição dos IMAs. Vejo uma posição técnica não muito animadora.

Nos EUA, observamos novos sinais de pressões inflacionarias com a divulgação do PPI e seus derivados. Aqui, a mensagem se soma a uma gama de outros indicadores que apontam para um hiato do produto fechado e pleno emprego. A produção industrial ficou abaixo das expectativas em janeiro, levando a uma revisão baixista para as expectativas do PIB do 1Q.

O pano de fundo econômico ainda não pode ser descrito como negativo, mas continuo desconfortável com o panorama atual. Continuo recomendando um portfólio mais balanceado e a busca por hedges. A utilização do mercado de opções, em um cenário como o atual, me parece extremamente prudente. Inclusive, a queda recente das vols implícitas abre novas oportunidades de alocação, seja para posições direcionais ou para busca por hedges.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Daily News – Brasil: Para o Alto e Avante – Parte II

Daily News – Guerra Comercial e Inflação no Brasil

Juros Brasil