Volatilidade elevada mas poucas mudanças de cenário.
A terça-feira foi novamente
marcada por uma elevada volatilidade dos ativos de risco, fruto de ruídos com
potencial de impacto relevante no cenário econômico global (classificaria os
eventos até mesmo como binários), mas com probabilidades de ocorrência ainda
baixas.
No cenário externo, a Coréia do Norte ameaçou retaliar
qualquer atuação militar dos EUA ou da sua vizinha Coréia do Sul. As ameaças,
vindas de um país com poderia bélico relevante e liderada por um presidente
pouco convencional acabaram dando um tom mais negativo. A possibilidade de um
confronto militar na região é crescente, dado a postura da Coréia do Norte em
manter testes balísticos e frente a um novo presidente dos EUA menos propenso a
aturar desaforos de países considerados inimigos. Por ora, o confronto não
passou das ameaças, mas é um problema que deve ser monitorado nos próximos
dias. Não sou especialista no tema, mas acredito que teremos que conviver com
um mundo mais instável, com ameaças constantes e atuações mais agressivas da
parte dos EUA.
A explosão de algumas
bombas próxima ao ônibus de uma equipe alemã de futebol, no caminho para um
jogo decisivo também acabou ajudando a dar um tom mais negativo nos mercados. A
atuação de “lobos solitários” ao redor do mundo, na execução de atentados
terroristas, pontuais e localizados, infelizmente, virou uma rotina no mundo em
que vivemos. A despeito de ser uma tragédia humanitária, a um grande risco para
a população civil, estes atentados tendem a ter efeitos apenas pontuais nos
ativos de risco.
Os dados econômicos dos
EUA continuam mostrando um mercado
de trabalho robusto. O JOLTs Job Opening saiu de 5625 para 5743 em fevereiro,
acima das expectativas de 5650.
No Brasil, o esforço do governo na Reforma da Previdência parece
surtir efeito e a Reforma parece caminhar para um desfecho de apoio da maior
parte da base aliada na Câmara. É verdade que algumas concessões tenham sido
feitas e medidas adicionais no futuro terão que ser implementadas, mas eu vejo
o avanço da Reforma como um passo positivo e importante no processo de
reconstrução do Brasil.
No final da tarde, o
Estadão vazou alguns inquéritos de investigação (contra Parlamentares,
Ministros, Governadores, entre outro), que teriam sido pedidos pelo Ministro do
STF Edson Fachin. Os nomes dos possíveis investigados são os mesmos que já
vinham sendo ventilados há meses na mídia. As investigações devem durar
bastante tempo devido as limitações do sistema jurídico brasileiro, o que dá tempo
ao governo para colocar sua agenda de reformas adiante. Não vejo os vazamentos
de hoje como novidades ao cenário local, apenas como mais um ruído de
curto-prazo.
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