Brasil: Julgamento do TSE em foco.
Os
ativos de risco estão operando próximos a estabilidade neste momento, sem
tendências claras relevantes. Apenas alguns movimentos específicos, como a
depreciação do ZAR, na África do Sul, após a demissão do Ministro das Finanças,
chama a atenção, porém sem maiores contágios para os ativos de risco em geral.
Mantenho
minha visão praticamente inalterada. Sou construtivo com ativos no Brasil.
Neste momento prefiro o mercado de renda variável ao demais ativos locais, mas
acho fundamental manter uma posição estrutural em juros reais e nominais, na
parte intermediária da curva. A sazonalidade de abril, aliada a um cenário
externo tranquilo, podem ajudar o bom desempenho do BRL no curto-prazo.
No
cenário externo, teremos uma semana importante, com os dados de emprego nos
EUA, além da reunião entre Trump (EUA) e Xi (China). De maneira geral, ainda
vejo um ambiente construtivo para os mercados financeiros, mas com alguns
riscos que precisam ser monitorados.
No Brasil, os jornais de hoje estão dando
algum destaque ao julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE, e seus potenciais
resultados. Ainda não há um feeling
concreto, com probabilidade elevada, de qual será o resultado do julgamento, já
que uma série de caminhos podem ser tomados como, por exemplo, pedido de
vistas, separação da chapa, inelegibilidade tanto de Dilma quanto de Temer,
necessidade de novas eleições, porém com Temer elegível e assim por diante.
O
julgamento no TSE é um risco que precisa ser devidamente monitorado. Acredito
que os mercados locais só irão reagir, de fato, a um desfecho negativo mais
perto da decisão do colegiado.
O Valor
Econômico traz um interessante Editorial sobre a reforma que está sendo feita
no crédito direcionado. O artigo afirma, entre outras:
O
governo começou a implementar uma bem vinda e urgente agenda de revisão do
sistema dual de crédito com o anúncio, na sexta-feira, da criação de uma nova
taxa para remunerar os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES).
De uma
só vez, a Taxa de Longo Prazo (TLP), que deve ser instituída nos próximos dias
por medida provisória (MP), promete resolver as duas principais distorções
provocadas pelo sistema hoje vigente, com a Taxa de Juros de Longo Prazo
(TJLP). Uma delas é tapar o ralo financeiro da política parafiscal, em que
subsídios são concedidos a empresas e setores econômicos sem a devida
transparência orçamentária. O outro é extinguir a proteção que esses mesmos
segmentos econômicos gozam nos ciclos de aperto monetário.
A nova
TLP será formada pela variação do índice oficial do regime de metas de
inflação, o IPCA, e uma taxa de juros mensal prefixada com base no rendimento
real oferecido pelo mais importante instrumento de captação de recursos de
longo prazo do governo, as Notas do Tesouro Nacional - Série B (NTN-Bs).
O novo
instrumento acaba com o desvão parafiscal porque, a partir de agora, recursos
públicos eventualmente aportados no BNDES serão remunerados por uma taxa
equivalente ao custo de captação do Tesouro. No sistema anterior, o governo
concedia uma subvenção oculta. As empresas que tomavam empréstimos do BNDES
pagavam a TJLP, hoje em 7% ao ano, enquanto que o custo de captação do Tesouro
fica perto de 12,25% ao ano, a taxa Selic vigente. Essa diferença, que nesse
caso é de 5,25 pontos percentuais, é o que os especialistas chamam de subsídio
implícito. Ele representa um custo anual aos contribuintes de cerca de R$ 23
bilhões, considerado o crédito de R$ 433 bilhões do Tesouro ao BNDES.
No Japão, o Tankan – um indicador de
confiança coletado pelo BoJ trimestralmente e o mais importante do país –
apresentou alta em seus principais índices em março, confirmando o bom momento
da economia do país e um crescimento global saudável.
Na Austrália, as vendas do varejo
apresentaram recuo de 0,1% MoM em fevereiro, abaixo das expectativas de alta de
0,3% MoM. O numero mostra um ciclo econômico ainda frágil e está colocando
pressão no AUD esta manhã.
Nos EUA, em uma ampla entrevista ao FT,
Trump afirmou que poderá agir de forma isolada e mais incisiva para lidar com
os problemas causados pela Coreia do Norte. Na minha visão, Trump está mantendo
sua postura dura, mas só deverá atuar efetivamente caso a situação continue a
piorar, com novos testes militares por parte da Coreia do Norte e/ou novas
investidas do país contra acordos pregressos.
Na China, o Citibank soltou um relatório
ontem chamando a atenção para as reformas, positivas, que estão sendo
implementadas pelo país:
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State council announced
establishment of 7 new Free Trade Zones (FTZ) and one new administrative
district with the status of Shenzhen — On March 31st the State Council
announced to expand the Shanghai FTZ experiment to another 6 provinces and
Chongqing Municipality. On April 1, the State Council announced to establish
a new administrative district with the status of Shenzhen and Shanghai Pudong
new area in Hebei Province. We think these two announcements send a clear
signal toward deepening economic reform and accelerating China's services
trade liberalization.
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Establishment of 7 new
FTZs could promote further opening up of China’s inland provinces &
facilitate fast reform in services — Adding the first FTZ established in
Shanghai in 2013 to the three provincial-level FTZs in Tianjin, Fujian &
Guangdong, China has now a total of 11 FTZs, covering not only coastal
regions but also the west and northeast areas for the first time. Considering
the geographic advantage and industry structure, the 7 new FTZs will have
differentiated focuses: Liaoning to deepen SOE reform; Zhejiang to establish
the international maritime service and oil storage base; Henan to build
international transport logistics channel and reduce transportation costs
given it is in the center of China's transport hub; Hubei to engage in
innovation and industrial upgrading; Chongqing to strengthen its role with
"One Belt One Road (OBOR)” and “Yangtze River Delta Economic Zone”
strategy; Sichuan to coordinate the development between inland and coastal
areas; and Shaanxi to modernize agricultural cooperation mechanisms and
broaden China's economic cooperation and cultural exchanges with OBOR
countries. Despite the various strategic focuses, the common aim is to
accelerate reforms and open the inland economy wider to boost the OBOR
initiative.
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Meanwhile, financial
reform in Shanghai FTZ is set to continue and support financing for OBOR — In
accordance with the latest State Council document on SFTZ, the foreign
financial institutions and enterprises are encouraged to tap into China's
bond market and use asset securitization products to finance OBOR projects.
SFTZ will have a new focus to become the financial center of the OBOR
program. In addition, the concept of a free trade port area was first introduced
to SFTZ and Zhejiang FTZ, further facilitating international trade and making
international trade and re-export trade convenient in FTZs.
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Establishment of Xiong-An
new district will promote the Beijing-Tianjin-Hebei comprehensive
urbanization plan & ease the 'big city disease' in Beijing — The new
district covers the three counties (Xiong Xian, Rong Cheng & An Xin) in
Hebei Province near Baiyangdian Lake, … (continued on p. 2)
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