Mais do mesmo. Poucas novidades...

O final de semana trouxe poucas novidades relevantes para o cenário.

No Brasil, tivemos mais uma rodada do que seria o vazamento de potenciais envolvidos na delação premiada da Odebrecht, mas sem nenhuma informação adicional que altere a equação política atual. O vazamento de trechos de algumas delações premiadas, assim como especulações em torno da mesma, virou rotina na mídia local. Após os depoimentos ao TSE, vejo uma probabilidade baixa do envolvimento explícito do atual presidente nas delações em questão. O envolvimento de importantes membros do governo, contudo, é um risco que precisa ser monitorado, mas que pode ser equacionado ao longo do tempo.

Em um artigo da Folha de São Paulo, existe a indicação de que as Reformas da Previdência e Trabalhista podem ficar para o segundo semestre deste ano, após o recesso parlamentar. Obviamente, um atraso no cronograma não é positivo. Contudo, a agenda parece ter ficado apertada para este primeiro semestre. Acredito que, contanto que a Reforma da Previdência seja aprovada sem alterações em sua espinha dorsal, o timing da aprovação pouco importa para o longo-prazo. Ainda vejo um cenário de incerteza no curto-prazo, que pode trazer períodos de volatilidade pontuais. Ainda trabalho com um cenário de aprovação da Reforma da Previdência, e um cenário construtivo para o Brasil.

Na América Latina, problemas políticos afetaram a Venezuela e o Paraguai. A despeito das questões em ambos os países serem graves, não vejo motivos para contágio para o resto da região ou dos mercados financeiros globais.

Na China, o PBoC anunciou uma elevação de juros em alguns instrumentos monetários locais. A medida é um complemento ao ajuste de juros já realizado após a decisão do Fed de elevar a taxa básica da economia em 25bps. O PBoC tem adotado uma postura mais restritiva, com o objetivo de frear o avanço excessivo em setores específicos. A economia do país se mostra resiliente, mas alguma acomodação/desaceleração, induzida por uma postura mais apertado por parte do PBoC, pode ser espera nos próximos meses. O crescimento do país, contudo, deve continuar saudável.

Na Coreia do Sul, um bom termômetro da economia global, as exportações de março permaneceram robustas, mostrando um cenário de robustez da economia mundial. Segundo o Citibank:

·         Better-than-expected exports continued in Mar — Recovery of exports continued in Mar, expanding 13.7%YoY and 1.4%MoM albeit at a slower pace than a month ago (20.2%YoY, 8.8%MoM). We saw both exports volume (5.9%YoY) and unit price (7.3%YoY) increases. In particular, export volume’s YoY increases have remained for three months. Imports also increased 26.9%YoY and 5.6%MoM (vs. Feb: 23.9%YoY, 6.0%MoM) on the back of higher oil price and demand for capital goods such as semiconductor manufacturing equipment. Readings on Mar exports and imports are better than the market’s and our expectations (Fig 1). Meanwhile, trade surplus narrowed to US$6.55bn in Mar from US$7.06bn a month ago.

·         Recovery of exports was broad based — The major 13 exportables continued YoY expansion for four months on the back of an upswing in eight items such as semiconductor (41.9%), flat panel display (19.5%), petrochemicals (36.3%), petro-products (63.3%), general machinery (17.6%) and auto (4.1%). Shipbuilding (13.9%) shifted to expand for the first time in five months along with delivery of 25 ships including LNG carriers. However, computer (-3.4%) became sluggish as parts for monitor declined despite upswing in SSD (Solid-State-Drive). Auto parts (-3.4%) and iron & steel (-10.6%) also shifted to contract on the back of an increase of overseas inventory and a high base a year ago, respectively. Wireless communication device (-26.4%) remained sluggish on the back of a high base a year ago and delayed release of a new model.

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