Reflation slowly coming back...

Os ativos de risco estão dando sinais de retomada da tendência de “reflation”, com mais uma rodada de alta no preço das commodities metálicas e do petróleo, e com uma leve abertura de taxa de juros no mundo desenvolvido.

Ainda parece cedo para afirmar que estes movimentos serão o início de uma nova pernada na direção do “reflation”, mas continuo trabalhando com um  de crescimento global saudável e alta gradual da inflação nas economias desenvolvidas. Esta tese está embasada em condições financeiras ainda frouxas, um cenário fiscal menos restritivo e um ciclo de endividamento das famílias já bem administrado.

A agenda do dia nos reserva o ADP Employment, o ISM Non-Manufactuing e as Minutas do FOMC, todos nos EUA.

Os PMIs Services na Europa apresentaram desempenho misto em março, especialmente em relação as suas prévias. A despeito de quedas em alguns países, os indicadores permaneceram em níveis considerados robustos e positivos, condizentes com um crescimento ainda saudável destas economias.

No Brasil, os jornais de hoje repercutem o andamento (ou o atraso) do julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE. A conclusão geral é de que o desfecho de ontem não poderia ter sido melhor para o governo. Temer e Cia. ganharam tempo para governo e, especialmente, um fôlego adicional para negociar a Reforma da Previdência sem o peso do TSE nas costas.

Um artigo do O Globo afirma que o Planalto decidiu negociar de forma mais incisiva a Reforma da Previdência, mesmo que para isso tenha que atrasar sua tramitação. O Planalto pretende angariar 85% dos votos da Câmara. Acredito que estamos chegando a um momento crucial para a Reforma e as articulações políticas. Atrasos nunca são positivos. Contudo, acredito que este governo será capaz de articular a aprovação de um texto razoável que, se por um lado, não resolverá definitivamente o problema da previdência no país, por outro lado, representará um avanço extremamente importante para as contas públicas.

Segundo O Globo: Diante da persistência das dificuldades em ganhar apoio para a reforma da Previdência no Congresso e do medo dos parlamentares em aprovar medidas polêmicas às vésperas das eleições de 2018, o Palácio do Planalto decidiu atrasar um pouco mais a tramitação da proposta. Numa estratégia coordenada pela Casa Civil, os líderes dos partidos começaram no início desta semana a contar os votos da base aliada, e o relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA) foi orientado a só apresentar o parecer depois de ouvir todas as bancadas novamente e pontuar os principais pontos de resistência. O objetivo é fechar um texto que seja consenso, inclusive com os senadores. Com isso, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287 somente chegará ao plenário da Câmara em maio, e não mais neste mês, conforme se previa anteriormente. META É OBTER APOIO DE 85% Reservadamente, fontes do governo admitem que está em curso um processo intenso de negociação da Casa Civil com os parlamentares da base — o que inclui liberação de emendas e nomeações em cargos em troca de apoio à reforma. Porém, não há detalhes ou definição, por enquanto, sobre como esse processo se daria, uma vez que os pleitos de cada um serão colocados nessa nova rodada de debates com as bancadas. A meta do Palácio do Planalto, para ter um certo conforto, é conseguir 85% dos 411 votos das bancadas, ou cerca de 350 adesões. Ainda assim, isso seria uma margem apertada. São necessários 308 votos em dois turnos para aprovar na Câmara as mudanças no regime de aposentadoria.

Na noite de ontem o BCB divulgou uma errata ao Relatório de Inflação, revisando para baixo, em cerca de 70bps, a inflação do cenário de referência de seus modelos para 2018. O BCB afirma que o “erro técnico” não afeta a mensagem de política monetária. Errar é humano. Reconhecer o erro é louvável. Só acho que o BCB demorou um pouco demais para divulgar a errata, além de ter cometido um erro “bobo” em um momento em que a instituição se mostra como um importante pilar de reconhecimento deste governo. Não acredito que os novos números mudem de forma significativa a política monetária vigente e nem a precificação de mercado. Também acho pouco provável que este deslize afete a imagem do BCB.

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