Manifestações no Brasil e Reflation nos EUA.
Brasil – O destaque do dia ficou por
conta do reflexo das “manifestações” e da “greve geral” marcada para hoje. Na
minha visão, existia o risco das manifestações se tornarem um evento grande e
representativo, contrário ao atual governo, e contrário as reformas econômicas
em curso.
Até o presente momento,
os focos de manifestação foram poucos e pequenos. Em muitos casos, foram focos
agressivos, representados por uma parcela extremamente pequena da população.
Não vi, até agora, nenhum evento específico que sugere uma mobilização maior da
população contra o caminho que está sendo tomado pelo país, a despeito dos
problemas ainda existentes no campo político (à medida que as investigações da
Operação Lava-Jato avançam).
Na ausência de uma
oposição maior as reformas, vejo um ambiente menos hostil à classe político e,
especialmente, na Câmara dos Deputados, para a aprovação da Reforma da
Previdência. Não estou afirmando que a Reforma tenha que ser dada como “líquida
e certa”. Contudo, se ontem existia o risco de uma oposição e uma mobilização
grande da população contra as reformas, este risco foi dirimido ao longo do
dia.
Os ativos locais
parecem ter entendido a situação no mesmo contexto com o que foi descrito
acima, já que abriram sobre pressão, mas apresentaram recuperação ao longo do
dia.
Vejo o técnico do
mercado local mais positivo do que no passado recente. A aprovação da Reforma
da Previdência ainda é imperativa para manter o país na rota da recuperação
econômica. Neste momento, me parece existir um prêmio de risco relevante nos
ativos locais fruto do risco da não aprovação da reforma.
A curva de juros
apresentou forte steepening nas últimas semanas e o BRL apresenta desempenho
relativo muito pior do que os seus pares. O Ibovespa apresenta desempenho
absoluto positivo, mas visto diante dos novos picos atingidos em vários países
do mundo, e diante de um quadro de clara recuperação do setor corporativo, me
parece que o Ibovespa poderia estar em níveis ainda mais elevados não fosse o
risco da Reforma da Previdência.
EUA – O PIB do 1Q ficou levemente
abaixo das expectativas (0,7% QoQ Anualizado vs 1,0% esperado). A composição do
número, contudo mostra um quadro mais construtivo. A queda nos Estoques e no
Consumo explicam boa parte da fraqueza deste primeiro trimestre, enquanto os
Investimentos apresentaram forte recuperação.
Diante de indicadores
de confiança em picos históricos e com estoques mais ajustados, tudo indica que
teremos uma recuperação robusta do crescimento neste segundo trimestre.
O Employment Cost Index
apresentou alta de 0,8% QoQ, acima das expectativas de 0,6% QoQ. O número
confirma um cenário em que a economia dos EUA está no pleno emprego e com o
hiato do produto praticamente fechado.
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