Resultados Corporativos em Foco. Sinais Positivos no Brasil e nos EUA.
Os ativos de risco estão operando com leve viés de “reflation”. O destaque, contudo, fica por conta do movimento de dólar mais fraco no mundo, liderado pela alta do EUR, e um bom desempenho das commodities. Eu ainda acredito que o cenário de “reflation” faça sentido, e deva prevalecer ainda por alguns meses.
A agenda do dia terá como destaque o PIB nos EUA, cujas expectativas já são de um número baixo e decepcionante, provavelmente abaixo de 1% QoQ anualizado. Existe uma grande expectativa, ainda, de aceleração da economia ao longo do ano. Vale lembrar que nos últimos anos, o PIB do 1Q no país tem uma clara tendência de ser o mais baixo do ano, o que já gera um debate em torno da sazonalidade deste período.
Antes de entrar no cenário macroeconômico, gostaria de chamar a atenção para os excepcionais resultados corporativos que foram divulgados na noite de ontem nos EUA. Empresas da chamada “Nova Economia”, como Amazon, Google e Intel, no geral, apresentaram resultados muito fortes, positivos e muito acima das expectativas. Além disso, o anuncio do aumento de buybacks continuou a pleno vapor. Os resultados recentes deveriam dirimir o receio do mercado em torno de um eventual valution “esticado” por parte da bolsa dos EUA. Os resultados recentes mostram que existe a possibilidade de surpresas positivas nos earnings, ou seja, crescimento de lucros, mesmo que o P/E do S&P500 já esteja na banda de cima de seu valor histórico.
O mesmo vale para o Brasil. Os resultados corporativos recentes mostram uma clara recuperação da saúde das empresas. Além disso, o setor varejista, por exemplo, aponta para a mesma direção observada em indicadores econômicos )como as Vendas no varejo e a ABRAS), ou seja, sinais de que a economia já tenha feito o seu piso e existe uma tendência de recuperação do crescimento. O setor bancário, em outro exemplo, também mostra recuperação da carteira de crédito e das perspectivas de melhora de resultados. Há evidencias cada vez mais claras de que o ponto de inflexão da economia já foi feito. Além disso, a queda nas taxas de juros deverá ajudar setores mais alavancados (uma parte relevante da bolsa local) da bolsa local. Em suma, vejo se desenhar um cenário bastante positivo para o mercado local de renda variável.
No campo econômico, o destaque fica por conta dos dados de inflação de março na Europa. O Core CPI passou de 1% YoY para 1,2% YoY e o CPI subiu para 1,9%. Os números foram acima das expectativas e em linha com um cenário de “reflation” global. A alta da inflação está dando ímpeto a alta do EUR está manhã.
Ainda na região, o PIB da Espanha continuou surpreendendo positivamente, com alta de 0,8% QoQ. O país tem sido um dos destaques positivos de recupeação na Europa, mostrando dados robustos de crescimento. O mesmo não pode ser dito da França, com um PIB de apenas 0,3% QoQ e problemas estruturais maiores.
No Japão, a produção industrial apresentou uma alta de 2,1% MoM, mas os indicadores de inflação voltaram a recuar. O país apresenta um cenário de crescimento mais positivo, mas sem qualquer sinal de uma alta mais sustentável da inflação.
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