Brasil: Governo atinge uma vitória, mas acaba derrotado no final da noite...
Os
ativos de risco estão abrindo sem tendência definida essa manhã, na ausência de
notícias relevantes para o cenário externo. Na agenda do dia, nos EUA, existe a expectativa de que Donald
Trump irá anunciar as linhas gerais de seu “plano de reforma tributária”, mas a
agenda ainda não foi oficializada.
No Brasil, continuamos a mercê do quadro
político. Por um lado, o Governo conseguiu uma vitória na tarde de ontem,
aprovando na Comissão Especial o texto base da Reforma Trabalhista, por 27
votos a 10. A Reforma deverá ir agora para plenário, ainda hoje.
Por
outro lado, o governo sofreu uma derrota na votação dos destaques para o
socorro aos Estados. O destaque referente ao aumento da alíquota de
contribuição previdenciária foi retirado do texto. Segundo a Folha:
O
texto previa aumento de 11% para, pelo menos, 14% na contribuição
previdenciária dos servidores, com o objetivo de reequilibrar as contas dos
Estados em calamidade financeira. Os deputados, no entanto, retiraram essa
exigência do projeto.
A
exigência foi imposta pela União, em troca de socorro federal a esses governos.
A
votação indica dificuldade do governo em conseguir mobilizar sua própria base
para aprovar um tema ligado à Previdência.
Segundo
o relator do projeto de socorro na Câmara, Pedro Paulo (PMDB-RJ), a mudança não
desfigura o projeto original e a exigência pode ser restabelecida em votação no
Senado. Ele observou, porém, que isso demonstra "sensibilidade" dos
deputados a assuntos relacionados à Previdência.
Logo
após a derrota do governo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
interrompeu a votação do projeto, que ainda não está concluída.
Antes
disso, dois destaques que tentavam reduzir as contrapartidas dos Estados à
ajuda federal foram rejeitados.
Maia
alegou quórum baixo para prosseguir com a votação. Porém, a votação que acabou
derrubando a contribuição previdenciária teve 430 votos (de um total de 513
deputados).
Para
manter o texto original, que criava a contribuição, o governo precisava de 257
votos. Só conseguiu 241, ou seja, 16 a menos do necessário. Outros 185
deputados votaram a favor da mudança.
Governistas
queixavam-se, após a votação, de que os deputados da base aliada não ajudaram
na rejeição da proposta. Chamou a atenção a baixa adesão entre deputados do
PSB, partido que ameaça deixar o governo, e do PR.
"A
Previdência deu um sinal de que o assunto é delicado e tem que ter atenção
especial. Querendo fazer uma aprovação, terá que recompor a base [do governo]
especificamente nesse tema", disse Pedro Paulo.
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