The Market is losing faith...
Os mercados financeiros
globais entraram em modo de realização de lucros. Os últimos dias foram
marcados por pressão nas bolsas e nas commodities, fechamento de taxa de juros
e alguma pressão sobre os ativos emergentes.
Até o momento, contudo,
não vi novidades relevantes que justifiquem uma mudança de tendência ou do
cenário de crescimento global, que ainda me parece saudável. Flutuações da
economia em torno da tendência, especialmente nesta fase do ciclo econômico, e
após alguns meses de recuperação, me parecem naturais, e até mesmo esperadas.
Alguns vetores, justificáveis,
ajudaram a mudar a dinâmica dos ativos de risco. De mais relevante, a agenda do
Congresso dos EUA parece paralisada, o que acabou afetando as expectativas de
uma agenda econômica de incentivos fiscais, e o anuncio de um pacote de
estímulo a infraestrutura. Ainda parece cedo para julgar em definitivo a
direção da agenda econômica do governo, mas a falta de coordenação política
surge como uma restrição que precisa ser monitorada.
Alguns riscos
geopolíticos ascenderam no cenário, com os eventos na Síria e na Coreia do
Norte. Nas últimas horas, contudo, aliados e até desafetos (China vs EUA,
Rússia vs EUA) apresentaram um discurso muito mais ameno, e alinhado, em
relação a estes dois países.
O Brasil, por sua vez,
sofre os efeitos deste pano de fundo global e o aumento da incerteza política.
Reforço aqui a minha visão para o país. Acredito que o Brasil esteja no meio de
um processo estrutural, longo e não linear de recuperação, em meio a um pano de
fundo global ainda bastante favorável para os países emergentes com fundamentos
em vias de recuperação e em processo de reformas. Os riscos políticos existem e
teremos que conviver com eles ao longo dos próximos meses.
Acredito que a Reforma
da Previdência tenha avançado de forma positiva nos últimos dias. Vejo a “Lista
de Fachin”, e a publicação das delações premiadas dos executivos da Odebrecht,
como ruídos de curto-prazo. É inegável que a Operação Lava-jato esteja mudando
drasticamente o cenário político local, com reverberações ainda incertas para
as eleições de 2018. Assim, o foco deverá permanecer nas reformas de
curto-prazo, com o objetivo de desviar o foco da mídia.
As vendas no varejo,
divulgadas na manhã de hoje, mostram um quadro de crescimento totalmente
diferente daquele apresentado nos últimos meses. O IBGE revisou drasticamente
para cima os números de janeiro. Se, antes, o cenário era de patamar baixo, nos
lows históricos, sem sinais de recuperação, agora, o cenário parece ser de
recuperação, com um claro ponto de inflexão já tendo ocorrido.
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