Brasil: Reforma da Previdência em Foco.
Após o
rápido e acentuado sell-off dos
ativos de risco na tarde de ontem, os mercados financeiros globais apresentaram
estabilização durante a noite e operam próximos a estabilidade neste momento.
Na agenda do dia, destaque apenas para o Jobless Claims nos EUA.
No
Brasil, os jornais de hoje estão repercutindo as negociações em torno da
Reforma da Previdência. É natural, nesta fase do ciclo de negociações da
Reforma, que aumentem os ruídos, a pressão e os rumores em torno de mudanças no
texto original. Apenas a pouco tempo, diria questões de dias, o Governo começou
a se empenhar de forma mais incisiva junto a sua base para que o texto seja
adequado para angariar votos favoráveis, mas não perder a sua essência. Assim,
ainda trabalho com um cenário de que uma Reforma da Previdência suficiente será
aprovada. Não acredito que a Reforma resolverá todos os problemas fiscais do
país. Provavelmente novas reformas serão necessárias no futuro. Mas o que será
aprovado será suficiente para manter o país em um trilho mais construtivo no
curto-prazo.
Segundo
o Valor, o governo estudo alterar a meta fiscal para 2018.
Segundo
O Globo:
O
governo desistiu da regra de transição prevista na proposta de emenda
constitucional (PEC) 287, que adota a idade como linha de corte para enquadrar
os trabalhadores na reforma da Previdência. Pelo texto original, ficariam na
fase de transição homens acima de 50 anos e mulheres com mais de 45 anos.
Agora, todos serão afetados pelas mudanças, e será considerado na transição o
tempo de contribuição dos segurados para o regime de aposentadoria. Uma das
hipóteses em discussão com o relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA), é fixar
idades mínimas progressivas, começando com 57 anos (homens) e 55 anos
(mulheres), até chegar aos 65 anos, o patamar previsto na reforma. Ou seja, a
partir da promulgação da PEC, ninguém poderá se aposentar antes dessas idades.
Arthur Maia vai incluir no relatório uma tabela com o escalonamento das idades,
de acordo com a data de nascimento. Os detalhes ainda dependem de simulações,
mas, para evitar prejuízo à economia almejada pelo governo com a reforma,
provavelmente, quem nasceu perto de 1973 (no caso das mulheres) e 1968 (no dos
homens) já teria de cumprir a idade mínima de 65 anos para se aposentar. O
cálculo vai considerar também o tempo de contribuição, de 35 anos para os
homens e de 30 para as mulheres, seguindo a lógica do fator previdenciário. Com
isso, o pedágio que a PEC propunha para a transição — adicional de 50% sobre o
tempo de contribuição que falta para que os trabalhadores com mais de 50 anos
(homens) ou 45 anos (mulheres) possam se aposentar pelas regras atuais — também
acaba. O mecanismo seria uma forma de compensar a não exigência de idade mínima
para esses segurados. Segundo
interlocutores, a decisão do governo facilita a votação da PEC, pois a regra de
transição é um dos principais alvos da resistência dos parlamentares e
despertava críticas desde que o texto chegou ao Congresso, em dezembro. Os
deputados alegaram que a medida seria injusta com quem está logo abaixo da
linha de corte por idade.
Para a
Folha:
O
relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA),
pretende alterar a proposta do governo para o cálculo de pensões por morte e
garantir o piso de um salário mínimo. A decisão já foi repassada a deputados da
base e confirmada pela Folha com parlamentares envolvidos nas negociações para
aprovação da reforma, prioridade de Michel Temer no Congresso. O texto original
prevê que a pensão por morte será de 50% do valor da aposentadoria que o
segurado recebia, acrescida de 10% para cada dependente. Isso significa que o
benefício poderia ser de apenas 60% do salário mínimo no caso de uma pessoa
viúva sem dependentes. A decisão do relator é manter a fórmula de cálculo
proposta por Temer para quem tem benefícios maiores, mas garantir o salário
mínimo.
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