Busy day. Same background.

A semana termina com o mesmo ímpeto, de alta volatilidade, que marcou grande parte dos últimos dias. Tentarei ser breve na análise e nos comentários dos eventos do dia.

EUA – Empego: A despeito do Payroll ter ficado abaixo das expectativas do mercado (98 mil contra 180mil esperados, sem contar revisões baixistas dos meses anteriores), a Taxa de Desemprego recuou de 4,7% para 4,5%, com o Underemployment caindo de 9,2% para 8,9%. O average earnings manteve a trajetória de alta gradual, subindo 0,2% MoM e recuando de 2,8% YoY para 2,7% YoY.

A despeito da surpresa negativa do Payroll, ainda vejo o mercado de trabalho robusto. Acho natural a desaceleração da criação mensal de vagas de trabalho em um ambiente de pleno emprego. A queda na Taxa de Desemprego garante a manutenção de um cenário positivo para a economia do país, e a necessidade de um ajuste gradual na política monetária.

EUA – Fed Dudley: Um dos mais importantes membros do Fed concedeu declarações com intuito de explicar as declarações proferidas recentemente e que, segundo ele, foram mal interpretadas pelo mercado. Para Dudley, a redução do balanço do Fed não é um substituto as altas de juros. É saudável trabalhar com um cenário de pausa pontual nas altas de juros quando o balanço começar a ser reduzido, mas isso não inviabiliza a continuidade do processo de alta de juros.

Vejo a economia dos EUA bastante saudável e no pleno emprego. Acredito que o Fed irá dar continuidade ao processo de alta de juros e redução do balanço. Acredito que os juros nos EUA não precificam adequadamente este cenário.

Síria – A despeito da volatilidade da noite, os ataques militares dos EUA no país passaram incólumes nos mercados. Reforço que os eventos na Síria são uma tragédia humanitária, mas deveriam causar pouco impacto nos ativos de risco, exceto em um cenário de escalada negativa entre EUA e Rússia, o que ainda não ocorreru.

Summit EUA/China – Ao contrário do que era temido, Trump adotou um tom bastante conciliador em relação a China. Já se ventila que o presidente dos EUA está aprendendo a ser político, o que reduz mais alguns riscos de curto-prazo.

Brasil – IPCA: O IPCA de março ficou dentro das expectativas do mercado, mas com um qualitativo bastante positivo (núcleos, difusão, serviços e etc). O número corrobora uma queda de 100bps na Taxa Selic no próximo Copom e a expectativas de novos cortes na mesma magnitude.

Brasil – Meta Fiscal 2018: O Governo revisou para pior a expectativa de déficit fiscal primário para 2018. Uma revisão já era esperada, já que o Governo vem mantendo a transparência de revisar seus números de acordo com as expectativas do mercado para crescimento, inflação e etc. Alguns players reagiram de forma negativa a revisão, vendo uma certa “falta de vontade” para ajustes mais agressivos. Na minha visão, o ajuste não pode ser visto como positivo, mas acho saudável que o Governo seja realista e não mire uma meta inviável. Além disso, a rigidez do orçamento impede ajustes mais agressivos em prazos mais curtos. O ajuste fiscal no Brasil levará anos e está apenas no começo.


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