Year End Rally? / Brasil: Reformas de volta ao calendário original.
Os ativos de risco estão operando próximos a
estabilidade, sem tendências definidas. Reforço o comentário que fiz neste
fórum há alguns dias atrás:
Os
números recentes de atividade econômica ao redor do mundo confirmam um cenário de leve aceleração da economia global
no terceiro trimestre do ano e início do quarto trimestre de 2016. Assim,
confirma-se um ambiente de um pouco mais de crescimento, perspectivas de um
pouco mais de inflação (no mundo desenvolvido) e, provavelmente, uma política
monetária que demanda ajustes, pontuais e localizados, em termos de
instrumentos e magnitudes, como a continuidade do processo de alta de juros nos
EUA, mas com uma postura ainda expansionista em regiões como a Europa e Ásia.
Na minha visão, este cenário deverá continuar a
favorecer movimentos de “reflation” nos mercados financeiros globais. Ajustado
pela boa sazonalidade dos ativos de risco no final do ano, e uma posição
técnica relativamente saudável, poderá ter um bom desempenho, no geral, dos
ativos de risco (commodities em alta, desempenho saudável dos ativos de EM,
bolsas bem suportadas, abertura de taxas de juros no mundo desenvolvido e etc).
Brasil – O plenário do STF reconduziu Renan Calheiros a
presidência do Senado. Assim, pauta de votações está mantida, reduzindo-se
consideravelmente o risco de atraso na aprovação do pacote de ajuste fiscal.
Este não foi o primeiro ruído, ou o primeiro obstáculo político para o cenário
local desde que este governo tomou posse, e muito menos será o último. Como
escreve neste fórum diversas vezes, este mandato presidencial será pautado por
incertezas, ruídos e volatilidade, devido a maneira com que o atual presidente
foi conduzido ao cargo. Além disso, o Congresso está acuado devido ao avanço da
Operação Lava-Jato. De qualquer maneira, eu vejo o país em um processo longo,
não linear e tortuoso, porém saudável e positivo, de ajuste econômico.
O relator da Reforma da
Previdência na CCJ deu parecer favorável ao texto em menos de 24 horas. A
Reforma caminha de forma fluida. Acredito que será um debate um pouco mais
longo, e de negociações um pouco mais complicadas do que a PEC do Teto dos
Gastos. Contudo, acredito que o texto será aprovado, com algumas alterações,
após negociações junto à sociedade, mas tudo dentro da normalidade do processo
democrático. Segundo a Folha:
A CCJ é o primeiro
passo da tramitação da reforma na Câmara e, na teoria, trata apenas de questões
jurídicas, não do mérito da proposta. A função da comissão é analisar se a
proposta está em consonância com a Constituição e com as demais boas práticas
jurídicas e legislativas.
Moreira afirmou que seu parecer é pela
"admissibilidade" da proposta e que não se preocupa com críticas
sobre a rapidez de sua análise. "A avaliação aqui é só da admissibilidade,
não conclui nada, não é definitivo em nada." A expectativa de
governistas é aprovar a reforma na CCJ até a próxima semana. O próximo passo é
a instalação de uma comissão especial, essa sim responsável pela análise do
mérito da proposta. Essa comissão tem prazo de funcionamento de 11 a 40
sessões. O objetivo
do governo é aprovar a proposta na comissão em abril.
China – Os dados de importação e exportação de novembro
apresentaram recuperação acima das expectativas, confirmando um cenário de
melhora nas perspectivas de crescimento do país, e do mundo, no curto-prazo
(vide início deste comentário). As exportações saíram de -7,5% YoY para 0,1%
YoY e as importações subiram de -1,4% YoY para 6,7% YoY. Segundo a Goldman
Sachs:
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