China: De volta ao foco!
A segunda-feira foi
marcada, até o momento, por uma certa perda de momento das principais tendências
verificadas após a vitória de Donald Trump para presidente dos EUA. Em
especial, com um movimento de queda nas commodities metálicas e fechamento de
taxas de juros nos EUA.
Acredito que parte da
dinâmica de hoje seja natural, após movimentos rápidos e acentuados nas últimas
semanas, e parte pode ser explicada por valuations
menos atrativos e alguns ruídos pontuais, como o incidente que acabou com a
morte do embaixador da Rússia na Turquia.
Nos últimos dias, a
única mudança que vejo como um sinal mais importante para uma eventual mudança
de fundamentos ficou por conta da Central
Economic Work Conference na China.
A minha visão é que o
governo chinês mudou o foco do crescimento para a administração de eventuais
problemas financeiros e “bolhas” localizadas. Esta nova postura pode vir a ter
impacto negativo em alguns mercados, como o de commodities, que subiram
exponencialmente nos últimos meses. Alguns ativos de risco, em especial, foram
muito influenciados por movimentos especulativos na China. Agora, com a perspectiva
de uma possível desaceleração da economia, capitaneada por medidas mais
restritivas, poderemos conviver com movimentos de correção de preços. Ainda não
vejo este cenário como a migração para uma crise, mas apenas um ambiente menos
construtivo, ou um pouco mais cauteloso no curto-prazo.
Em discurso agora há
pouco, Yellen adotou um tom mais construtivo com relação ao mercado de trabalho
dos EUA, em linha com a decisão do FOMC da semana passada. Os sinais recentes
apontam para um Fed bastante confortável com o cenário econômico para o país, e
uma clara mudança no tom de seu discurso e de sua forma de atuação. Salvo
momento pontuais de acomodação, o cenário ainda aponta para taxas de juros mais
altas no país, que devem dar suporte ao dólar no mundo.
No Brasil, observamos
mais um dia de bom desempenho do BRL e do mercado de juros, em detrimento a uma
forte pressão sobre a bolsa local. Acredito que as perspectivas ainda negativas
em torno do crescimento estejam ajudando estes movimentos.
A pesquisa Focus, do
BCB, mostrou mais uma revisão baixista para o PIB de 2017, e uma inflação
abaixo do teto da meta para este ano. Estes movimentos estão ajudando a ancorar
o mercado local de juros, que já embute um ciclo superior a 4 quedas de 25bps
nas próximas 4 reuniões do Copom.
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