Fed: Primeiras impressões.
Minha primeira
impressão sobre a decisão do FOMC foi de que as alterações promovidas foram
mais hawkish do que as expectativas. O
Fed elevou os juros em 25bps, como era amplamente esperado. A única alteração
relevante no comunicado ficou por conta da adição do termo “considerably” para
classificar a alta nas expectativas de inflação medidas pelo mercado. As
expectativas de PIB, Inflação e Taxa de Desemprego pouco se alteraram. Contudo,
as expectativas de alta de juros para os próximos anos foram elevadas, em
grande parte devido a mudança de 4 membros. Assim, os “dots” apontam, agoa,
para 3 altas de 25bps em 2017, contra cerca de 2 altas de 25bps anteriormente.
Chama a atenção essa
alteração nos “dots” mesmo com poucas mudanças nas perspectivas de crescimento
e inflação.
Em relação aos
mercados, os ativos de risco precisarão digerir está nova informação, levando
em conta um pano de fundo que já apontava para um dólar mais forte no mundo,
sustentado por taxas de juros mais elevadas nos EUA. No curto-prazo, este
movimento de ajuste pode acabar se transformando em um movimento de “risk-off”,
com bolsas e commodities em queda. Ao longo do tempo, após o mercado se
acomodar para este novo cenário, os movimentos de diferenciação poderão se
tornar, novamente mais claros, como observamos nas últimas semanas.
Nos últimos dias,
escrevi que: Minha
visão de curto-prazo está um pouco embaçada. Ainda vejo um processo estrutural
de juros mais baixos no Brasil, mas a curva curta me parece relativamente
“fair” nos atuais níveis, enquanto a curva longa fica mais susceptível ao
cenário externo e aos ruídos políticos. Estou com menor exposições a risco, e
com postura mais tática, mas mantendo o viés de buscar posições para juros mais
baixos no Brasil de forma estrutural. Continuo sem posições relevantes no BRL,
enquanto começo a ver valor em alguns setores da bolsa local. No cenário
externo, pretendo aguardar a decisão do Fed para ter uma opinião mais apurada
sobre o cenário externo e a posição do mercado. Ainda vejo um processo de alta
de juros nos EUA, mas o técnico me parece esticado. O mesmo vale para o dólar
no mundo.
A decisão de hoje pode
vir a retomar a tendência de abertura de juros nos EUA, que pode vir a dar
suporte ao dólar no mundo. No curto-prazo, os ativos de risco ficam um pouco
mais expostos, devido aos níveis atingidos nos últimos dias (vide as bolsas
norte americanas, por exemplo). Vamos aguardar a press conferece de Yellen e observar o price-action para confirmar esta teoria.
Comentários
Postar um comentário