TINI: There Is No Inflation [Brasil]
O grande destaque do
dia ficou para a divulgação do IPCA-15,
no Brasil. O número apresentou alta
de 0,19% MoM e 6,58% YoY, cerca de 10bps abaixo das expectativas. A abertura do
indicador mostrou um quadro extremamente positivo do ponto de vista
qualitativo, especialmente se levarmos em conta os principais indicadores que
vem sendo apontados pelo próprio BCB como parâmetros importantes para que o
processo de distensão monetária seja acentuado.
O mercado local de
juros reagiu de maneira clássica, com um “bull
flatenning” da curva. O BRL apresentou mais um dia de desempenho positivo,
confirmando a tese que um cenário de inflação mais contida, mesmo que sinalize
para juros mais baixos, no caso do Brasil, tende a ser visto como positivo para
a taxa de câmbio. No mercado de renda variável, começamos a observar um
movimento mais claro de diferenciação, com os setores mais sensíveis aos juros
apresentando performance relativa melhor do que setores mais cíclicos. Acredito
que isto possa se tornar uma tendência maior, especialmente devido a meu
cenário mais cauteloso com China no curto-prazo.
Olhando o número de
hoje, em um contexto mais amplo de desaceleração da inflação em um ambiente de
forte pressão para o crescimento, o cenário está em aberto para um ciclo de
corte de juros muito mais amplo, acentuado e agressivo do que o anteriormente
imaginado. O Relatório de Inflação, que será divulgado amanhã, poderá balizar
de maneira mais clara o tamanho deste eventual ciclo.
O mercado já precifica
um corte de juros razoável para as próximas 4 reuniões do Copom, com cerca de
225bps de cortes adicionais em 4 reuniões. A curva ainda apresenta prêmios
razoáveis de alta para o ano de 2018 e para os vértices mais longos. Acho
razoável supor que o movimento de flattening
continue, enquanto o cenário externo permanecer mais tranquilo.
Comentários
Postar um comentário