Update
Mesmo com a divulgação
de um robusto ISM Non-Manufacturing nos EUA, saindo de 54,8 para 57,2 pontos,
acima das expectativas do mercado (55,5) o dia foi de enfraquecimento de dólar
no mundo, ajudado por um leve fechamento de taxas de juros nos EUA. O movimento
dos últimos dias me parece um movimento clássico de acomodação/realização de
lucros. Ainda vejo um cenário claro de fortalecimento do dólar, ajudado por uma
abertura de taxas de juros, mas acredito que o técnico possa ter ficado um
pouco prejudicado desde a vitória de Trump.
Assim, reforço o que
disse na semana passada, ou seja, passado o período de acomodação, ainda vejo
uma trajetória de dólar mais alto no mundo, sustentado por taxas de juros mais
elevadas nos EUA. No final da semana passada, afirmei que: Alterei um pouco minha visão de alocação de curto-prazo. Ainda gosto
estruturalmente de posições no mercado local de juros. Neste momento, estamos
concentrados na parte curta e intermediária da curva nominal de juros. Achamos
a inflação implícita justa nos atuais níveis, o que nos distancia das NTNBs.
Estamos mais neutros no mercado de câmbio, com visão de comprar dólar no mundo
caso o mercado apresente alguma realização. O mesmo vale para o mercado de
juros nos EUA. Já vemos valor em alguns setores da bolsa brasileira.
O dia foi de bom
desempenho para o mercado local de juros e para o BRL. No mercado de juros, a
posição técnica ainda parece estar sendo um componente importante para o
desempenho de curto-prazo do mercado. Após o movimento de “stop” pós Copom, o mercado parece ter entendido que o BCB está no
meio de um processo em que a aceleração do ciclo de queda da taxa Selic deve
ser o cenário central para a próxima reunião da autoridade monetária, o que
acabou ajudando um fechamento linear das taxas locais de juros. O BRL acabou
sendo favorecido pelo cenário externo, e pela redução do ruído político local.
O mercado de renda
variável apresentou um dia de realização de lucros. Eu já começo a ver valor em
alguns setores da bolsa local.
Gostaria de reforçar
minha visão de que o processo de recuperação econômica do país será longo,
tortuoso e não linear. Após vários anos de política econômica malsucedida, o
país não será “consertado” em 6 meses. Ruídos políticos irão existir. Pressão sobre
a equipe econômica e o banco central serão inevitáveis. Contudo, precisamos
manter o foco no que realmente importa. Por ora, o ajuste fiscal caminha dentro
do cronograma. A PEC do Teto dos Gastos caminha para um desfecho positivo no
Senado. A Reforma da Previdência será encaminhada nos próximos dias. As
expectativas de inflação de longo-prazo estão ancoradas no centro da meta de
inflação. O governo evolui em temas microeconômicos em setores essenciais para
o crescimento estrutural de longo-prazo. Assim, ainda dou o benefício da dúvida
a este Governo, e vejo os “problemas” recentes como ruídos de curto-prazo.
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