Brasil: Jornais digerem as reformas e Ilan concede entrevista.
Tivemos uma noite típica de final de ano, com pouca volatilidade e baixa liquidez. Este panorama deverá perdurar até próximo ano. O risco, contudo, é que fluxos pontuais venham a exagerar, acentuar, movimentos de curto-prazo devido a baixa liquidez dos ativos de risco.
O destaque fica por conta das notícias envolvendo alguns bancos estrangeiros. O Deutsche Bank, da Alemanha, anunciou um acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, para finalizar as acusações envolvendo a instituição. O valor a ser pago pelo DB é muito inferior ao que vinha sendo ventilado na mídia nos últimos meses. Na Itália, o governo anunciou oficialmente a nacionalização de um dos principais bancos do país, o Monte Paschi de Siena.
No Brasil, a mídia ainda está repercutindo as novas medidas econômicas anunciadas pelo governo ao longo do dia de ontem. A visão geral e de que a medida de liberação do FGTS será positiva para o consumo, mas o tamanho do seu impacto ainda é baixa visibilidade. Em relação as novas leis trabalhistas, a despeito de alguns ruídos esperados das centrais sindicais, as medidas são vistas como positivas pela maior parte da sociedade, especialmente para o setor empresarial. Eu vejo a flexibilização das leis trabalhistas como um passo importante na modernização da economia do país.
Segundo a Folha, o Presidente da Câmara se reuniu com o Ministro da Fazenda ontem em um gesto político visando apaziguar os ânimos após as últimas votações na casa. De acordo com o jornal, Maia deixou acertada uma agenda para o avanço da Reforma da Previdência.
No Valor, em artigo de Claudia Safatle, o Presidente do BCB comenta sua visão em relação a atuação da instituição. Segundo ele, o BCB não errou em cortar a taxa Selic em apenas 25bps na última reunião, mas ancorou as expectativas de inflação, permitindo um ciclo de corte mais acentuado e estrutural de agora em diante. A fala está em linha com os últimos documentos oficiais da instituição.
A novidade em sua entrevista ficou por conta da seguinte parte:
Quando a economia entra em processo de desinflação, primeiro caem as expectativas, o juro real calculado sobe, a inflação efetiva cede e só então os juros começam a cair. O pico da taxa ocorre no momento em que a autoridade monetaria está quebrando a espinha dorsal da inflação, salientou o presidente do BC.
Foi o que aconteceu no México e em Israel. "Eles derrubaram a expectativa de inflação, os juros caíram e nunca mais voltaram ao patamar anterior".
O Copom é sensível à atividade econômica por dois canais: quando ela cai, ou não se recupera na rapidez imaginada, a projeção de inflação cai, como está caindo. Nesse caso, há um alinhamento de forma que se tem atividade mais fraca, inflação mais baixa e a política monetaria mais flexível. O segundo canal, citou, é o do custo da desinflação sobre a atividade, que o Copom também leva em conta quando define a velocidade da convergência.
"Fizemos a convergência e, agora, podemos olhar com mais cuidado (a atividade)", concluiu ele.
Comentários
Postar um comentário