China: Números econômicos saudáveis.

Os ativos de risco operam próximos a estabilidade essa manhã, sem movimentos relevantes neste momento. O destaque da noite ficou por conta dos dados de atividade econômica de novembro na China. Os números ficaram acima das expectativas do mercado, reforçando a visão de que o país passa por um momento de maior estabilidade do crescimento, suportado por alguns meses de estímulos fiscais. Pelo lado positivo, os números de hoje afastam o risco de uma desaceleração da economia. Pelo lado mais negativo, aumenta a probabilidade de um cenário de “reflation” se espalhar dos EUA para o resto do mundo, com a necessidade de uma postura mais hawkish do policy maker chinês nos próximos meses.

Por ora, os mercados financeiros globais continuam lendo este cenário de “reflation” como um ambiente positivo para ativos de risco em geral, com suporte as bolsas e as commidities, um dólar mais forte suportado pela abertura de taxas de juros nos EUA e uma relativa estabilidade dos ativos emergentes. O risco é a abertura de taxas de juros nos países desenvolvidos se tornarem um pouco mais rápida e acentuada, afetando negativamente este humor global a risco. Existe também o risco do mercado estar antecipando demais este cenário mais positivo de crescimento, sem que haja pilares de sustentação de longo-prazo para este ambiente.

No Brasil, os jornais ainda reverberam o vazamento de um dos anexos da delação premiada da maior empreiteira do país. O governo reage a fim de manter o apoio da base aliada, assim como busca saídas para a crise econômica. Confesso que, no momento, o governo parece reagir com os instrumentos disponíveis, ou seja, o melhor a ser feito é manter o foco no ajuste.

Segundo a mídia, a equipe econômica trabalha em uma mini pacote econômico com o intuito de dar algum suporte ao crescimento. Vejo as medidas que estão sendo ventiladas como positivas, mas dificilmente serão suficientes para reverter o cenário econômico. As medidas devem funcionar mais como um “plano de marketing” para o governo, já que a recuperação econômica demandará tempo, paciência e foco no ajuste fiscal. Segundo O Globo:

O governo estuda editar um novo programa de refinanciamento de dívidas tributárias, o chamado Refis, e o alongamento do prazo de recolhimento de impostos pelas empresas, dentro do pacote de incentivo à retomada da economia. Pedido pelo Palácio do Planalto à Fazenda, como reação à crise política, o conjunto de medidas deverá ainda simplificar as relações entre patrões e empregados, permitindo, por exemplo, a redução negociada da jornada de trabalho. O ministro Henrique Meirelles deverá fechar o pacote hoje com o presidente Temer para anunciá-lo após a conclusão da votação do teto de gastos no Senado.

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