Update
O dia foi de pouquíssimas novidades para o cenário local e externo, com um price-action típico de final de ano, sem grandes movimentações e com pouca liquidez.
No Brasil, o destaque ficou por conta do bom desempenho do BRL e da curva longa de juros, em um movimento claro de flattening. Ambos os mercados estão sendo favorecidos pela menor volatilidade das Treasuries nos EUA ou, em outras palavras, pela velocidade menos acentuada de abertura dos juros nos EUA.
O mercado de câmbio parece ter sido positivamente influenciado por algum fluxo pontual. No mercado de juros, com a curva curta precificando mais de 4 quedas de 50bps nas próximas reuniões do Copom, faz sentido o mercado começar a alongar suas posições, visando uma queda de juros mais estrutural e, consequentemente, menores prêmios de risco na curva longa.
As contas externas de novembro apresentaram as mesmas tendências que vem sendo regra ao longo de todo o ano. A despeito de uma surpresa negativa este mês na conta corrente, o déficit continua mostrando uma tendência cadente, e amplamente financiado pela conta de capital. Em especial, observamos um forte fluxo para investimentos diretos no país. As contas externas continuam mostrando um cenário de grande tranquilidade para o curto-prazo.
A arrecadação federal de novembro ficou levemente acima das expectativas, mas devido a algumas antecipações de impostos verificadas no mês. A fotografia das contas públicas nacionais ainda é de um cenário de ampla fragilidade, mas com esperanças crescentes de recuperação de longo-prazo com o ajuste fiscal em curso.
Minha visão permanece relativamente inalterada. Continuo buscando posições visando taxas mais baixas de juros no Brasil, mas vendo a parte intermediária da curva nominal de juros como o melhor ponto da curva neste momento. Minha visão continua mais neutra e tática no mercado local de câmbio e renda variável, mesmo já observando valor em alguns setores da bolsa local.
No cenário externo, ainda vejo um cenário favorável ao dólar no mundo, sustentado por taxas de juros mais elevadas nos EUA. Tenho uma visão um pouco mais cautelosa no curto-prazo com relação a China, devido a aparente mudança de postura do governo local adotado nas últimas semanas. Este cenário deveria tirar algum suporte das commodities e de alguns ativos de risco. Contudo, por ora, os investidores continuam focados no lado positivo da vitória de Donald Trump nos EUA, sem levar em conta os riscos de seu discurso e os ruídos provenientes da China. Não pretendo adotar postura ou viés negativo neste momento, mas um tom de cautela e diferenciação entre classes de ativos, ao contrário do “risk-on” quase que generalizado observado em alguns mercados nas últimas semanas.
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