Reflation, back in focus!
O destaque do dia ficou por conta da decisão do ECB, na Europa. Ao contrário das expectativas, o Banco anunciou uma
extensão do QE, mas reduzindo seu montante de EUR$80 para EUR$60bi por mês. Além disso, promoveu algumas alterações
técnicas que irão permitir esta extensão das compras de bonds (Two main changes will
ensure that the purchases continue at least until end-2017: i) the minimum
maturity for eligible securities will be decreased from two years to one; and
ii) purchases of assets yielding below the deposit rate will be permitted, to
the extent that they become necessary. From MS). O mercado esperava uma extensão, mas mantendo o mesmo montante
de EUR$80bi mensais. Mario Draghi, presidente do ECB, procurou manter uma
sinalização dovish.
Além disso, as
alterações técnicas promovidas pelo ECB deverão ajudar a promover um movimento
de steepening da curva de juros na
Europa, aos moldes daquela promovida pelo BoJ há alguns meses atrás. O impacto
imediato é uma pressão baixista para o EUR e uma pressão para taxas de juros
mais elevadas no mundo desenvolvido como um todo.
A decisão de hoje
reforça o cenário de “reflation” da
economia global que temos discutido neste fórum e, consequentemente, uma
resposta dos ativos de risco nesta direção (vide textos anteriores).
No Brasil, o dia foi de maior tranquilidade política, o que favoreceu
mais uma rodada de fechamento de taxas de juros, com um movimento de flattening da curva. Acredito que o
movimento faça sentido, já que a curva curta precifica um ciclo de cerca de 4
quedas de 50bps nas próximas 4 reuniões do Copom. Ainda estou construtivo com a
curva local de juros, porém mais centrado na parte intermediária da curva nominal
nos atuais níveis. Amanhã teremos a divulgação do IPCA de novembro, que poderá
(ou não) adicionar mais uma pitada de otimismo nesta classe de ativo.
O BRL apresentou um dia
positivo, reduzindo o prêmio de risco embuti nos últimos dias com a
instabilidade política gerada pelos eventos no Senado. Mantenho uma visão mais
tática na moeda, devido a minha visão estrutural de dólar mais forte no mundo.
O dia foi de correção
no mercado de renda variável. Vejo o movimento como uma realização de lucros.
Acredito que a piora recente nas perspectivas de crescimento esteja impedindo
um desempenho mais positivo da bolsa local. Acredito que o eventual ciclo de
queda de juros possa vir a dar suporte aos setores que mais vem sofrendo essa
pressão nas últimas semanas.
No mercado externo,
voltamos a adicionar, com parcimônia, posições compradas em dólar e tomada nos
juros dos EUA.
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