Brasil: Governo reage a crise.
Os jornais
deste sábado estão reportando que não há um processo de “fritura” do Ministro
da Fazenda Henrique Meirelles, como a mídia chegou a alarmar nos últimos dias.
Existe uma preocupação natural com a baixa velocidade de recuperação da
economia, e um esforço político para que medidas adequadas sejam tomadas.
Na minha
visão, a despeito de alguns erros na velocidade de reação em alguns temas “espinhosos”,
o Governo está reagindo na direção correta aos desafios impostos pela a
economia e pelo ambiente político. O melhor caminho a ser seguido é o ajuste
fiscal, para que abra caminho a uma queda mais acentuada e estrutural das taxas
locais de juros. Medidas microeconômicas também são positivas na direção de
destravar os investimentos em infraestrutura e afins.
De
acordo com o Estado, Sob pressão por causa da dificuldade na
retomada da atividade econômica, a ordem no Ministério da Fazenda é rejeitar soluções fáceis de
“pronto-socorro” para impulsionar a economia. Esse tipo de estratégia já
foi utilizado no passado recente e não resolveu a crise do País, dizem fontes
da equipe econômica. O Estado apurou que medidas para a retomada
do crescimento vão envolver soluções para a recuperação judicial e a negociação
das dívidas das empresas com os bancos. Elas, porém, só começarão a ser anunciadas
a partir de janeiro. A equipe econômica considera fundamental a agenda de
crescimento, mas é importante que ela venha somente em seguida à consolidação
fiscal, depois da aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do teto
do gasto e o envio da proposta de reforma da Previdência ao Congresso. A
avaliação da Fazenda é que o governo não pode repetir “práticas” de
malabarismos que funcionam apenas como uma cortina de fumaça para desviar a
atenção.
Já O
Globo traz matéria sobre a Reforma da Previdência, A proposta de reforma da
Previdência que o governo enviará ao Congresso na terça-feira vai prever idade
mínima de aposentadoria de 65 anos e desvinculação das pensões do salário
mínimo. Todos os trabalhadores com até 50 anos (homens) de idade e 45 anos
(mulheres) terão que seguir integralmente as novas exigências. Para os mais
velhos, haverá regra de transição. Segundo fontes do Palácio do Planalto, a
ideia é enviar uma proposta mais rigorosa para dar margem a negociações no
Congresso. As Forças Armadas, porém, não serão incluídas nas mudanças. Ainda não
foi decidido se a reforma vai atingir os parlamentares. Para aliviar as contas
dos estados, professores terão as regras para aposentadoria equiparadas às dos
demais trabalhadores. Policiais militares e bombeiros terão idade mínima para
se aposentar. A proposta de reforma da Previdência, que o governo planeja
enviar ao Congresso Nacional na próxima terça-feira, vai incluir medidas para
ajudar a resolver a crise fiscal dos estados. Segundo uma fonte a par das
discussões, o texto da proposta de emenda constitucional (PEC) propõe mudanças
no regime especial de policiais militares e bombeiros, que deverão ter regras
mais duras para se aposentar. O Executivo pretende ainda ampliar a lista de
receitas tributárias que os entes da federação poderão oferecer como garantia
nas operações de crédito para antecipação de recursos. Hoje, a Constituição
limita esse rol a tributos sobre a renda, IPVA e Imposto sobre a Propriedade
Territorial Rural (ITR), entre outros.
No
cenário externo, uma aproximação de Donald Trump junto ao governo de Taiwan já
abriu o primeiro flanco de um eventual embaraço diplomático junto a China.
Reafirmo que ainda é muito cedo para termos certeza de como será o novo governo
dos EUA. Ainda existem diversas variáveis que precisam ser confirmadas antes de
termos certeza do que será efetivamente implementado. Assim, espero um período
de maior incerteza e volatilidade dos mercados financeiros globais.
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